Um passo importante para a revitalização da Zona Portuária do Rio foi dado ontem (8/3), quando a prefeitura, o Fundo Imobiliário Porto Maravilha (gerido pela Caixa Econômica Federal), o Previ-Rio e a Solace assinaram o Termo de Compromisso para Desenvolvimento de Projetos Imobiliários no Porto Olímpico. O conjunto de imóveis na área do Porto Maravilha reservado à instalação dos equipamentos voltados para os Jogos totaliza 850 mil m² em potencial construtivo e receberá as vilas de mídia e de árbitros, um centro de convenções, dois hotéis com 500 quartos cada e dois mil apartamentos.

O documento estabelece as diretrizes preliminares para construção e aproveitamento das edificações pelo mercado imobiliário, após os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016. De acordo com Eduardo Paes, “esse processo de revitalização da Zona Portuária, que levaria duas décadas, certamente teve o seu prazo encurtado”. A Prefeitura do Rio, por meio do Previ-Rio, oferecerá aos servidores públicos municipais, em condições diferenciadas, linhas de crédito para aquisição das duas mil unidades imobiliárias no Porto Olímpico, após a utilização pelo Comitê Olímpico Internacional (COI). Para a instalação do empreendimento, estão sendo negociados os terrenos da Praça Marechal Hermes 63 (Praia Formosa), da Avenida Francisco Bicalho 146 (Usina de Asfalto) e Avenida Pedro II 67 (Cedae).

– Esse projeto que se implementa hoje aqui é a construção de unidades nesse terreno. A Prefeitura do Rio entra aqui acelerando o processo ao usar recursos do seu Fundo de Previdência para adquirir imóveis e para financiar imóveis para os servidores do município. O Previ-Rio deve financiar algo entorno de R$500 milhões de imóveis. O que vamos ter aqui é uma possibilidade dessa área específica ter uma reserva para os servidores do município. A prefeitura entrou aqui por ser muito perto do Centro Administrativo São Sebastião e porque garantimos que esses imóveis estejam seguros para as Olimpíadas e serão entregues após os Jogos – disse o prefeito.

A Solace – sociedade de propósito específico constituída para investimentos imobiliários na área do Porto Maravilha – declarou interesse em desenvolver projetos na Região Portuária que privilegiem o conceito “viver, morar e trabalhar integrados”, com empreendimentos imobiliários de uso misto, para fins residenciais e comerciais. Neste acordo, a empresa anunciou que pretende, numa primeira fase, construir apartamentos de dois ou três quartos e dois hotéis na área do Porto Olímpico. Juntos, eles vão garantir um incremento de quatro mil m² no número de acomodações na Região Portuária, para suprir não só a demanda olímpica como também promover o desenvolvimento da área. A previsão é de que a empresa inicia as obras do Porto Olímpico até o final do ano.

A Região Portuária, área de especial interesse urbanístico, passa por processo de requalificação e prevê que todas as construções erguidas na delimitação legal sigam princípios sustentáveis. Uso de painéis solares, tetos verdes ou reflexivos, aproveitamento de água das chuvas, sistema de medidores individuais de água, bicicletários, vias exclusivas para pedestres e mais áreas de convivência são exemplos dos novos parâmetros de edificação, servindo de referência para a cidade. A implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), primeiro do tipo no Rio, vai integrar a região aos diversos modais e trazer um novo conceito de transportes públicos.

Fonte: Padrão