Tida também como essencial para o desenvolvimento econômico do Nordeste brasileiro, a ampliação da EF 232 – Ferrovia Transnordestina – acumulou atrasos que impediram a inauguração dos novos trechos até 2010, como desejava o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Um balanço do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) de 2007 já admitia a conclusão da obra somente em dezembro de 2014.
Este é o prazo trabalhado pela Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), que opera a ferrovia desde 1998, por intermédio da Transnordestina Logística. A concessionária administra uma malha de 4.238 km entre os estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Alagoas e Sergipe.
A pedido do governo federal, a CSN havia assumido compromisso de construir uma extensão, conhecida como nova Transnordestina, de 1.728 quilômetros entre Eliseu Martins (Piauí) e os portos de Suape (Pernambuco) e Pecém (Ceará).
As obras na nova Transnordestina arrastam-se desde 2006 e passaram por pendências que interferem no seu andamento. Alguns dos impasses foram resolvidos no início deste ano. Em Pernambuco, onde os processos de desapropriação estão 98% resolvidos, a Transnordestina Logística teve de atender à determinação da Justiça, por solicitação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico (IPHAN) e moradores locais, para que o traçado original, que incluía o terreno da Igreja São Luiz Gonzaga, no qual jazem restos mortais de quilombolas, fosse modificado. Outra questão acordada foi com a tribo Xucuru, que não aceitava os valores de desapropriações de suas terras.
Em junho deste ano, nos trechos com obras mais avançadas no estado já eram executados os manejos de superestrutura, com o lançamento da grade ferroviária. Ou seja, aplicação dos dormentes, do trilho longo soldado (TLS = 240m), do lastro (brita), com posterior alinhamento, nivelamento e socaria. É o caso de três lotes entre as cidades de Salgueiro e Custódia.
Atrasos, principalmente em relação a desapropriações, ocorreram em lotes no Piauí (77% fracionadas) e Ceará (58% fracionadas). Ainda assim, no primeiro há uma expectativa de que as obras nos sete lotes do estado estejam concluídas em 2013. No Ceará, a maior parte das obras ainda precisa ser contratada.
Segundo a Odebrecht, a principal construtora da ferrovia, outros atrasos decorreram da dificuldade de se conseguir mão de obra qualificada (muitos trabalhadores vieram de fora das regiões em obras) e obter insumos e materiais de construção (já que não havia fornecimento na região).
A CSN já investiu cerca de R$ 3,1 bilhões no empreendimento. Os atrasos levaram a duas revisões de valores em 2008 e 2011, e o valor total do empreendimento pulou para quase R$ 6,8 bilhões.
Há forte participação estatal no financiamento, com recursos do BNDES (que detém 13,5% na Transnordestina), Banco do Nordeste e Fundo de Desenvolvimento do Nordeste. Também estão incluídos recursos da Valec.
• 1.728 km será a extensão da
Nova Transnordestina
• R$ 6,8 bilhões investidos no projeto
• De 25 a 30 milhões t/ano será a
capacidade de movimentação de cargas,
entre minérios, grãos, gesso
• 5 milhões t será a capacidade para o
primeiro ano de operação
• 54 municípios nordestinos cortados
pela ferrovia
• 4.800 dormentes serão produzidos
diariamente
• 4.800 m3/dia é a capacidade da
usina de brita
• 180 soldas/dia serão feitas no
estaleiro da Transnordestina
Fonte: Padrão
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