A City, fundada há um século naquele remoto ano de 1912, redesenhou a Pauliceia. Anúncio da empresa, que se coloca como pioneira na introdução do conceito inglês de bairro-jardim, traz a memória da época, rememorando que ela urbanizou cerca de 33 milhões de m², 15 milhões dos quais somente na cidade paulistana.
Com efeito, ela fez história com o planejamento do Jardim América, Pacaembu, Anhangabaú, Alto dos Pinheiros, Butantã, Água Branca, Vila Romana e Alto da Lapa. Era o conceito residencial do bairro em áreas ajardinadas. Nesses locais respirava-se a vida, a satisfação com o desenho urbano, a identificação da casa com o entorno.
Pois bem. O tempo passou. A cidade crescendo anarquicamente sufocou aqueles bairros. Extraiu-lhe o jeito tranquilo e “inglês” de ser. As residências, nem todas, foram liberadas para o comércio. E, hoje, eles se encontram longe do que foram. O planejamento urbano da cidade naufragou na voracidade da especulação. O eventual sossegou migrou para os condomínios, pequenas ilhas acessíveis, no entanto, a toda sorte de riscos.
Ficou a lição. Cidade se faz com planejamento. Com infraestrutura compatível com a dimensão do crescimento. Ou, como diz a própria Companhia City, com a criação da harmonia “entre o urbano e o humano”. A evolução anárquica da cidade deixou essa visão lá para trás, como uma coisa anacrônica. É uma pena.
Fonte: Nildo Carlos Oliveira
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