Osistema produtor de água João Leite, em Goiânia (GO), é um projeto que vem sendo desenvolvido pela Emsa e envolve a construção de estação elevatória de água bruta, adutora de água bruta, estação de tratamento de água, adutora de água tratada, sistema de recalque e sistema elétrico para funcionamento do complexo. Está em sua primeira etapa.
Contratada pela empresa governamental Saneamento de Goiás (Saneago), o empreendimento é o maior em andamento na área na região do Centro-Oeste. Depois de pronto, o sistema dobrará a oferta de água na região metropolitana de Goiânia, atendendo a 3 milhões de pessoas.
“Essa ETA é uma das modernas do País. O filtro dela é um modelo de alta eficiência, assim como os sistemas automáticos de cloração e cal”, explica o engenheiro Alexandre Alves da Costa, responsável pela obra.
O custo inicial é de R$ 251 milhões, com recursos do governo federal repassados ao governo estadual, além de financiamento do BNDES. Os trabalhos tiveram início em 2010, mas, por conta de reprogramação orçamentária, o cronograma sofreu atrasos. Agora, o término está previsto para o final de 2013. No total, 50% dos serviços já foram executados.
A estação elevatória de água bruta (EAB) se localiza a jusante da barragem João Leite, com área inundada de 1.040 ha, 129 milhões de m³ de volume de água, e que é abastecida pelo ribeirão João Leite, na periferia norte de Goiânia.
A montagem dos equipamentos da estação elevatória, que inclui a instalação de quatro bombas e duas turbinas, deverá ocorrer em novembro. A estrutura de concreto para receber os equipamentos já está pronta.
As duas turbinas a ser instaladas, com potência de 2 MW cada, farão aproveitamento dos excedentes hídricos previstos do extravasador no reservatório. A energia gerada acionará diretamente as bombas de água bruta à adutora – porém, o acionamento das turbinas se dará somente em meses de cheia na vazão do rio.
Uma pequena turbina, com potência de 250 kW, gerará energia elétrica para os sistemas auxiliares (iluminação, controle etc.), aproveitando os 0,9 m³/s descartados do reservatório para perenizar o curso d’água a jusante da barragem.
A EAB terá capacidade para recalcar uma vazão total de 6,0 m³/s, mas na primeira etapa do projeto terá vazão de 4 m³/s.
Da estação elevatória, a água bruta seguirá por gravidade pela adutora, com 2,1 km, até a estação de tratamento de água (ETA). Os trabalhos na adutora de água bruta já foram todos executados.
Os tubos de aço são fabricados pela Tecalmon, no Cabo de Santo Agostinho (PE), e chegam por via rodoviária a Goiânia. Cada peça da tubulação possui 1,72 m de diâmetro e 12 m de comprimento.
A ETA, localizada 800 m acima do nível do mar, no setor Guanabara, parte alta de Goiânia, foi concebida inicialmente para tratar 4,0 m³, mas poderá chegar ao dobro em projeto de ampliação previsto após a finalização da primeira etapa da obra.
Dois módulos de tratamento estão em execução no local – cada um com capacidade para 2.0 m³/s. Neles, serão instalados equipamentos de floculação, decantação e filtração. A casa de química da ETA, em fase final de obras civis, tera capacidade inicial de 4,0 m³/s.
Há também um módulo para manejar e tratar os lodos produzidos mediante adensamento e desidratação, bem como prover a reutilização das águas decantadas de retrolavagem dos filtros.
Dois reservatórios — um concluído e outro iniciando fase de fundação —, cada um com capacidade para 20 mil m³, complementam as estruturas da ETA.
O revestimento impermeabilizante adotado no sistema é o Viaplus 1000 e Viaplus 5000, ambos da Viapol.
As instalações auxiliares da estação de tratamento de água incluem edifício de administração central, laboratórios, auditório e oficina.
Da ETA, a água tratada segue por gravidade pela adutora com 8,1 km de extensão até a estação de tratamento de água Jaime Câmara (ETAG), para, assim, entrar na rede de distribuição da cidade.
A adutora de água tratada está com 90% da tubulação instalada e a água correrá por gravidade. Duas derivações foram construídas no trecho para futuro abastecimento de bairros cortados pela adutora. As dimensões das peças da tubulação são as mesmas utilizadas na adutora de água bruta.
Por fim, um sistema de recalque (booster) será constituído na ETAG e a jusante da linha de recalque já existente. O booster ETAG terá capacidade final para recalcar vazão de 4,8 m³/s, com potência instalada de 2.850 cv. O booster ETAG substituirá a atual estação elevatória ETAG, hoje com capacidade para recalcar até 1,8 m³/s.
Trabalham atualmente na obra do sistema produtor de água de João Leite 435 pessoas – a previsão é aumentar o contingente de operários no início de 2013.
Fonte: Padrão
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