Novo aeroporto no Sul do País será concessionado

Augusto Diniz

O Aeroporto Humberto Ghizzo Bortoluzzi, localizado no município de Jaguaruna (SC), terá licitação para concessão em breve. Trata-se da primeira experiência de cessão à iniciativa privada de um terminal aeroportuário regional depois que os aeroportos de Guarulhos, Brasília e Viracopos foram entregues à gestão de consórcios de empresas.

O terminal aeroportuário estava pronto desde de dezembro de 2010 e somente agora o edital foi aprovado pelo TCU. O local deve receber voos regulares de passageiros das principais companhias aéreas brasileiras.

Jaguaruna fica a pouco mais de 150 km de Florianópolis, no Sul do Estado, próximo à BR-101, e deve aliviar o sobrecarregado aeroporto da capital catarinense. O aeroporto de Criciúma, mais antigo e que está a cerca de 50 km de Jaguaruna, já recebe voo regular de passageiros, mas é considerado um terminal menos atraente para a aviação comercial.

"O Sul de Santa Catarina depende muito da capital. Você tem na região o porto de Imbituba que é bastante operacional. Existe ainda um polo industrial importante na região. Ele vai atender uma demanda reprimida", avalia Leonardo Specorte Russi, especialista em logística aeroportuária da Univali (Universidade do Vale do Itajaí).

Na vizinha cidade do aeroporto encontram-se ainda o populoso município de Tubarão e as badaladas praias sul-catarinenses. Porém, de acordo com o professor, o novo terminal já nasce com um problema: a pista com dimensões para receber somente aviões de médio porte.

O aeroporto de Jaguaruna teve inauguração da pista de pousos e decolagens e o pátio de estacionamento de aeronaves em janeiro de 2006. A pista tem 2.500 m de comprimento por 30 m de largura – para receber aviões de grande porte é preciso que a pista tenha 45 m de largura. A segunda etapa foi a construção do terminal de passageiros, que foi inaugurado em dezembro de 2010. O custo total da obra foi de R$ 60 milhões.

O valor global da licitação é de R$ 3,3 milhões, em prazo previsto de um ano, prorrogável por mais cinco anos. Pelo modelo, o governo do estado vai garantir o aporte de recursos na ordem de R$ 250 mil por mês, nos próximos cinco anos, para a operação terceirizada do aeroporto.

A capacidade do aeroporto será de 900 mil passageiros/ano.