Empresa que se inclui entre as mais importantes da engenharia consultiva do País, com cerca de 50 anos de experiência na área, adota metodologia própria para inspecionar obras e considera que os resultados são os mais auspiciosos

Nildo Carlos Oliveira

Elaborado por especialistas da Leme Engenharia, o 4CHECK alia clássicas teorias de gestão de qualidade com recentes técnicas de gerenciamento de projetos. Ele, segundo a direção da empresa, unifica diversas ferramentas de gestão, comochecklists, diagramas de identificação de causas de desvios baseados no Diagrama de Ishikawa e análises de priorização de ações fundamentadas no Princípio de Pareto, por meio de construções de Curvas ABC.

A conformidade do empreendimento também é garantida pela aplicação das boas práticas de gerenciamento de projetos especificadas no guia PMBOK, editado pelo Project Management Institute (PMI-EUA), e nas boas práticas de gestão da qualidade especificadas nas normas ISO internacionais e da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

O número de inspeções programadas é definido por parâmetros estatísticos normatizados, que levam em consideração os dados e evidências colhidos em períodos anteriores e na programação das frentes de trabalho das empresas supervisionadas.

A metodologia, segundo a Leme, foi aplicada com êxito em mais de 30 mil inspeções de campo, em obras complexas envolvendo, no pico do histograma, mais de 22 mil trabalhadores. Ela pode ser aplicada em diferentes naturezas e portes de projetos e clientes, permitindo “o controle preciso dos trabalhos em obras em nível operacional e gerencial, contribuindo dessa forma para a melhoria dos resultados do empreendimento”.

A aplicação

A aplicação pode ser feita através detabletsem campo ou de PCs no escritório. As inspeções, com aquela metodologia, são registradas em formuláriosonlineadaptados e apoiadas mediante as instruções necessárias. O sistema consolida estatisticamente os dados das inspeções e gera automaticamente alertas, gráficos e relatórios, que possibilitam administrar os níveis de conformidade dos serviços executados pelas empresas supervisionadas, confrontando os resultados das inspeções de cada serviço com os padrões requeridos pelo empreendimento. As informações ficam à disposição do cliente em um painel de controle na web e podem ser acessadas a qualquer momento.

O cliente, ou a engenharia do proprietário, pode requerer diretamente no sistema um plano de ações da contratada para a eliminação dos desvios ou de suas recorrências, possibilitando um tratamento sistêmico das não conformidades, fechando o ciclo completo de identificação, tratamento e resolução.

Atualmente um exemplo de aplicação se dá nas obras de construção da Usina Hidrelétrica de Jirau, em Rondônia. Ali, onde a Leme é responsável pela engenharia do proprietário, a metodologia de inspeção vem garantindo, segundo a empresa, a qualidade do empreendimento e evitando retrabalhos futuros para qualquer tipo de reparação.

Rogério Zamparoni, gerente do escritório de gerenciamento do projeto (EGP) UHE Jirau, informa que a metodologia é uma forma de sistematizar a inspeção das obras durante as etapas da execução. “A metodologia que concebemos estabelece procedimentos-padrão de uso interno da Leme, suportados porchecklists. Com isso, o resultado da inspeção pode ser estruturado em um banco de dados, e, assim, deixa de ser uma informação desestruturada e passa a ter um formato que pode ser consolidado. Ela torna possível somar o resultado de todas as inspeções com critérios qualitativos e verificar os desvios dos processos de produção de forma gráfica, por exemplo”, garante Zamparoni.

A ferramenta que dá suporte à metodologia é capaz de apresentar a situação de mais de 70 processos produtivos distintos que tenham sido auditados em campo, sendo 30 sobre engenharia geral, 20 de saúde e segurança, 15 de meio ambiente e dez de montagem eletromecânica. “Com isso, a empresa consegue acompanhar a evolução das obras tanto em nível detalhado quanto no macro”, disse o gerente.

A metodologia pode ser aplicada a cada tipo de canteiro de obras de acordo com os processos produtivos adotados pelo empreendimento em questão. Na empresa já havia alguns critérios de inspeção equivalentes, mas o trabalho realizado na UHE Jirau serviu para estruturar esse conhecimento na forma de metodologia.Rogério Zamparoni diz que a metodologia, em uso há cerca de três anos, está atingindo a maturidade através das mais de 30 mil inspeções já realizadas em Jirau. Além de aplicada na hidrelétrica de Rondônia, ela está sendo implementada também para uso em obra de engenharia no exterior: uma usina hidrelétrica no Panamá. E é objeto de estudos para aplicação em obras de outros potenciais clientes no Brasil.

Fonte: Revista O Empreiteiro