Nildo Carlos Oliveira

Difícil esquecer ou atirar pela janela a oportunidade de lembrar algumas palavras do papa Francisco. Sinto ser importante incorporá-las no dia a dia, porque se referem a um pensamento universalizado sobre a chamada nova economia – esta que se ampara na globalização. Ela eliminou a possibilidade de crescimento de economias locais e regionais e se colocou como dona do mundo. E ai daqueles países – que o digam Grécia, Portugal, Espanha etc – que não a reverenciarem.

A economia globalizada é a economia do descarte. De um lado, descarta os jovens, que saem dos bancos universitários e não encontram oportunidade de trabalho; de outro, descarta os velhos que, aposentados, se tornam, conforme disse uma vez o escritor Isaac Bashevis Singer, “alguma coisa a ser atirada aos cães”.

E o papa, falando do descarte dos dois polos, ou dos dois pontos de sustentação da vida, perguntou: E o que fica se de um lado tiramos os jovens, que são a esperança e a garantia do futuro e, de outros, os velhos, que detém a experiência e a sabedoria? E, com um gesto, deu a entender que não ficaríamos com nada, pois sem aqueles dois apoios, a estrutura dessa economia acabará ruindo. Em linhas gerais, esta a lição que ele deixou, ao mencionar a necessária vinculação que precisa ser mantida entre a juventude e o caminho para a senectude.

O aeroporto e os acessos

Está aí no noticiário. O Aeroporto de São Gonçalo do Amarante, no Rio Grande do Norte, está com as obras em dia. Nesse ritmo, conforme a concessionária Inframérica, entrará em operação até abril do ano que vem, sete meses antes do início da Copa. Já os acessos. Houve troca de empreiteira (saiu a Queiroz Galvão e entrou a EIT) mas as perspectivas continuam nebulosas. No fundo, trata-se de falta de planejamento para conectar as diversas pontas do processo. E, no caso de desequilíbrio entre um cronograma e outro, quem fica com o prejuízo serão os usuários do aeroporto e a sociedade, que vai pagar a conta dos atrasos.

Fonte: Nildo Carlos Oliveira