Nildo Carlos Oliveira
Há necessidade de se partir, com força e urgência, para a construção de obras na área da infraestrutura. Mas, o governo tem sido lento no gerenciamento das providências para tirar as concessões do papel. A morosidade gera ceticismo e, depois, pessimismo. E, como ele não tem poder de fogo para arcar sozinho com a responsabilidade técnica e econômica dos empreendimentos, precisa recorrer à iniciativa privada. Esta, no entanto, se pergunta: Será que agora vai? – Acredita que as coisas só darão certo com a garantia de taxa de retorno compatível com os investimentos a serem feitos e desde que haja a segurança de que os contratos serão respeitados. Sem isso, dá um passo atrás e se revela cética.
Passados tantos anos de concessões rodoviárias que deram certo e de que concessões aeroportuárias recentes que também estão dando certo, já seria o caso de ação mais firme, do governo, voltada para demonstrar confiança nos trabalhos que as concessionárias vêm realizando. Já deveria ter apressado os leilões que estão em perspectiva, sem abrir mão das contrapartidas necessárias. Mas ele vai agindo com morosidade, como se morosidade fosse sinal de cautela. E não é.
Como resultado dessas idas e vindas, há indícios de que os próximos leilões de ferrovias não venham a atender às expectativas. É que tem havido uma mudança de cenário. Alguns argumentos podem até serem aceitos; outros, não. Dentre eles, há alguns que merecem ponderações. Por exemplo: há muitos anos o País deixou para trás a chamada “cultura técnica ferroviária”. Negligenciou o que havia sido feito; priorizou rodovias, onde a ferrovia ainda poderia ser a solução mais eficiente. E, embora priorizasse o transporte rodoviário, deixou de cuidar de rodovias, deixando o caminhão à míngua de condições mínimas para rodar com segurança e mais velocidade. De modo que hoje temos rodovia precária, onde poderia haver ramais ferroviários. Há comentários também de que os projetos de trechos objeto de concessões, se encontram incompletos. Alguns até sem estudos topográficos concluídos segundo análises que deveriam ter realizadas in loco.
Mas, vamos em frente. Se o País salvar a sua infraestrutura, estará salvando a sua economia. Se não conseguir isso, haverá complicações e muitos problemas graves serão deixados por conta daquele velho ditado: “O futuro a Deus pertence”.
Fonte: Nildo Carlos Oliveira
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