Antonio Carlos Reis Laranjeiras*
O desenvolvimento da Engenharia, nesse milênio, promovido pela informática associada à telecomunicação, é indiscriminado e abrange todas as suas áreas e atividades respectivas, desde o planejamento, gestão, projeto, execução, controle e manutenção, tendo inclusive dado lugar a áreas e atividades novas, associadas a essa nova tecnologia.
Sobre a terceira indagação, tenho a dizer que o processo de aquisição de know how pela importação de projetos, soluções, materiais e sistemas do exterior depende, fundamentalmente, do grau de parceria e de interação que se estabeleça entre a nossa engenharia e a estrangeira respectiva.
Sobre a participação da engenharia nacional, do projeto à execução da obra, acho que tanto maior a possibilidade de transferência, tanto maior a possibilidade de consolidação desse know how entre nós. Já a cobertura dos nossos estádios para a Copa, ela tem sido inteiramente projetada e executada por empresas do exterior, utilizando inclusive materiais importados. Nesse caso, a transferência de know how é insignificante.
Um exemplo positivo de transferência de conhecimento se deu quando o governador de São Paulo, o engenheiro Lucas Nogueira Garcez (1951-1955), decidiu não mandar realizar no exterior, como era praxe na época, os projetos das hidrelétricas de Paranapanema, convocando para isso um grupo de engenheiros paulistas, entre eles os professores Telêmaco van Langendonck e Milton Vargas. Com isso, a importação necessária de know how se deu através de nossa engenharia, tão bem representada por esses ilustres engenheiros, que, posteriormente, em 1961, vieram a fundar a Themag.
A Engenharia, em nosso caso, é representada junto à sociedade pelas suas instituições de classe como a Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural (Abece), Institutos de Engenharia e Clubes de Engenharia. Cabem a essas instituições a responsabilidade das estratégias de ação e a manifestação junto às autoridades. Os engenheiros, individualmente ou em grupo, podem e devem pressionar suas instituições para que efetivem essas intervenções, contando para isso com os eficientes meios de comunicação disponíveis na internet.
*Antonio Carlos Reis Laranjeiras, consultor e professor titular de Concreto Armado da Universidade Federal da Bahia (UFB)
Fonte: Revista O Empreiteiro
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