O leilão de concessão da BR-163/MS, realizado nesta terça (17), na sede da Bovespa, em São Paulo, teve como vencedor a CCR. O grupo ofereceu uma tarifa de R$ 4,38 por 100 km, representando um deságio de 52,74% em relação ao valor máximo estabelecido pelo edital de R$ 9,27 por 100 km.

A empresa justificou a vitória ao fato de estar há três anos estudando a rodovia, o que poderia ter favorecido as análises de viabilidade de obter a concessão com grande deságio.

Leonardo Vianna, diretor de Novos Negócios da CCR, destacou que o PIB do Mato grosso do Sul cresce mais do que o dobro do País. “A estrada tem potencial de crescimento de tráfego”, frisou.

No mesmo leilão, a Odebrecht, que era a favorita para vencer o leilão por conta de ter conquistado há algumas semanas o trecho da rodovia BR-163 no Estado vizinho do Mato Grosso, apresentou um deságio de apenas 8,50% para a estrada. Já a Triunfo propôs um deságio menor ainda, de 2,99% – a empresa venceu o último leilão de rodovia promovido pelo governo. Outras empresas que entraram na disputa, mas não levaram, deram deságios bem maiores: Invepar (31%), Queiroz Galvão (41,11%) e o consórcio Rota do Futuro, liderado pela Ecorodovias (44,17%).

A BR-163/MS possui 847,2 km e 95% do segmento precisa ser duplicado no prazo de cinco anos. A estrada cruza 20 municípios do Mato Grosso do Sul, iniciando na divisa do Estado do Mato Grosso e terminando na divisa do Estado do Paraná. No total, os investimentos estimados durante os 30 anos de contrato alcançam R$ 5,7 bilhões.

BR-040

O ministro dos Transportes César Borges destacou que no leilão de concessão da BR-163/MS a “modicidade tarifária” mais uma vez foi alcançada. O deságio de 52% em mais um leilão (os dois últimos leilões promovidos pelo governo – BR-163/MT e BR-060/153/262-DF/GO/MG – alcançaram também 52% de deságio) é apontado pelo ministro como motivo de sucesso às concessões rodoviárias recentes.

César Borges disse que espera número grande de participantes no leilão de concessão da BR-040 DF/GO/MG, o último do pacote do Programa de Investimentos em Logística (PIL). “Embora não receba muitos caminhões, tem um tráfego grande de veículos. Ela tem atratividade”, ressaltou.

O governo agora trabalha para propor um novo modelo de concessão para quatro outras rodovias federais que fazem parte do chamado eixo logístico nacional: BR-101/BA, BR- 116 /MG, BR-153 /GO-TO e BR-262 /ES-MG – esta última chegou-se a programar o leilão de concessão, mas não houve interessados. A Parceria Público-Privada (PPP) é indicado como o sistema que pode ser adotado pelo governo a partir do ano que vem para oferecer estradas federais à administração da iniciativa privada.

Fonte: Redação OE