E, temos aí essas mudanças políticas, que desprezam a população e consideram apenas as conveniências e os malabarismos para que um candidato (ou candidata) apareça um minuto a mais na TV.

 

Nesses dias mesmo a presidente Dilma Rousseff retirou o ministro César Borges, dos Transportes, e o colocou na Secretaria de Portos. E retirou Paulo Sérgio Passos do limbo, ou melhor, da Empresa de Planejamento e Logística (EPL),  para colocá-lo no Ministério dos Transportes, por onde ele já havia passado depois que Alfredo Nascimento foi defenestrado do cargo, por conta da crise ali ocorrida em 2011.

 

Importante destacar que, à margem do troca-troca oficial, cada um dos personagens, no respectivo cargo republicano, teve condições de  tomar decisões licitatórias, destinar recursos para obras nos segmentos logísticos e orientar suas instâncias para os trabalhos de análise de projetos, contratações e acompanhamento de obras, de Sul a Norte e por aí em diante. Enfim, assumiu responsabilidades importantes na definição de estratégias para investimento em programas de obras rodoviárias, ferroviárias, hidroviárias e aeroportuárias.

 

Quem assumiu o ministério não ficou, portanto, a ver navios, exercendo um papel meramente decorativo.  Haja vista, as diversas intervenções do próprio César Borges sobre andamento de obras rodoviárias ou aeroportuárias, que ele visitou pelo País afora, durante sua curta permanência nos Transportes.

 

De repente, quando, a exemplo de outros ministros que o sucederam, ele começava a tornar-se conhecido no exercício do cargo, é jogado a escanteio, como se deixasse de ser necessário. Virou peça facilmente descartável, resignando-se a essa condição. A mudança aconteceu, conforme se soube depois, por exigência do ex-deputado Valdemar Costa Neto, que embora cumpra pena no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, continua como o homem forte do Partido da República (PR).  A alteração foi imposta como condição para que esse partido continue a apoiar o governo.

 

Então, estamos assim: nada importa, em termos de responsabilidades ministeriais, caso o partido político que acaso dê sustentação episódica ao ministro esteja do outro lado do rio. De uma hora para outra ele pode ser vítima do pragmatismo político. E a população que se dane. 

Fonte: Nildo Carlos Oliveira