O setor de energia eólica vai investir cerca de R$ 15 bilhões em 2014, e a perspectiva é manter este patamar de investimentos nos próximos anos. A previsão é da presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeolica), Elbia Melo.
Para o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, em dez anos, a energia eólica deve corresponder a 11% da matriz energética brasileira.
Segundo ele, essa é a fonte de energia que mais vai crescer no período depois da hídrica, e que a produção no Brasil já ultrapassou a da energia nuclear.
Em agosto, a fonte eólica atingiu a capacidade instalada de 5 gigawatts (GW), o suficiente para abastecer, na média, cerca de 4 milhões de residências ou 12 milhões de pessoas. Isso corresponde a uma cidade do tamanho de São Paulo.
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Para Elbia, um dos maiores desafios do setor no Brasil é o desenvolvimento da cadeia produtiva para garantir o andamento dos projetos e manter o índice de nacionalização, critérios básicos para conseguir financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O chefe do departamento da área de operações industriais do BNDES, Guilherme Tavares Gandra, explicou que o critério foi adotado em 2012, dentro da modelagem dos financiamentos para incentivar o desenvolvimento da cadeia produtiva nacional.
Na avaliação de Elbia Melo, com a diversificação da matriz energética brasileira que já está acontecendo, no futuro, a tendência é a redução da participação das hidrelétricas e de aumento das fontes renováveis.
Os parques e projetos de parques eólicos concentram-se nas regiões Nordeste, Sudeste e Sul do País.
Para Eduardo Tosta, especialista em Projetos de Competitividade Setorial da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), os motivos são o transporte, além da quantidade e qualidade dos ventos nos estados dessas regiões.
Segundo Tosta, a tendência é gerar uma cadeia produtiva perto de onde vai ser instalado o parque eólico, onde estão os potenciais, as regiões Sul, Sudeste e Nordeste. Então, a cadeia produtiva de torres, de pás e de outros componentes de grande porte tende a se formar perto dos fabricantes que estão próximos de parques para reduzir os custos de transportes.
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