Nova estrutura dá prioridade à funcionalidade e ao conforto
José Carlos Videira – Guarulhos (SP)
O Terminal 3 do GRU Airport – Aeroporto Internacional de São Paulo é a face mais visível e concreta das intervenções realizadas pela concessionária que assumiu, há dois anos, a responsabilidade pela operação, até 2032, do mais importante aeroporto brasileiro. O contraste com os terminais 1 e 2, da época da fundação do aeródromo, há quase 30 anos, é evidente, e a comparação entre a moderna e as antigas estruturas é inevitável.
A sensação de quem utiliza pela primeira vez esse novo espaço de 192 mil m² é realmente de estar em algum dos mais modernos aeroportos do mundo, e não na cidade de Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo. “Um terminal digno de um aeroporto desse porte, moderno e eficiente”, referia-se ao TPS-3 o diretor comercial do GRU Airport, Fernando Sellos, ainda durante as obras.
Os planos da nova administração preveem investimentos de R$ 4,5 bilhões ao longo dos 20 anos de concessão. Desse total, a concessionária, formada pelas empresas Invepar e Airports Company South Africa, diz que já investiu R$ 2,9 bilhões, desde que assumiu a concessão em fevereiro de 2013.
Em operação desde maio, após 21 meses de obras, o terminal tem arquitetura com inspiração asiática e europeia, que privilegia a iluminação natural, com grandes paredes envidraçadas, sem o peso das esquadrias, jardins internos com vegetação nativa; espaços amplos facilitam a circulação por todas as suas dependências. Ao contrário dos terminais 1 e 2, o Terminal 3 foi concebido para ter mais espaço na área restrita (após inspeção de raios X) do que na área pública.
O terminal tem espaço para 108 pontos comerciais. Somente na área restrita, são 30 lojas, além do Duty Free Dufry. Marcas internacionais em todos os segmentos reforçam ainda mais a sensação do passageiro de estar fora do País.
O novo terminal atraiu um grande número de marcas famosas estrangeiras, de alto padrão. Kate Spade, GAP Coach, Victoria Secret, por exemplo, estão estabelecidas nos corredores por onde devem passar 12 milhões de passageiros por ano, capacidade inicial do Terminal 3. Algumas redes, como a Hudson News, loja de conveniência de viagem presente em aeroportos dos Estados Unidos e Canadá, e a californiana de hambúrguer Carl´s Jr, aterrissaram pela primeira vez em solo brasileiro, e algumas até mesmo na América Latina, pelo novo terminal.
Mas nem tudo é luxo no TPS-3. Também há opções de lanchonetes, mais populares, sobretudo na área de desembarque, no piso intermediário. De acordo com a GRU Airport, essa oferta atende antiga demanda dos usuários, principalmente de quem fica na espera do desembarque de parentes e amigos.
O TPS-3 passa a concentrar, a partir deste mês de setembro, 80% de todos os voos internacionais de longa duração que partem ou chegam por Guarulhos, operados por 25 companhias aéreas. Os demais voos internacionais, basicamente da América do Sul, permanecem nos terminais 1 e 2. Segundo a GRU Airport, esses dois terminais começam a passar por um retrofit a partir do próximo mês de outubro.
Companhias aéreas no TPS-3* |
Air Canada |
Air China |
Air France |
Alitalia |
American Airlines |
British Airways |
Emirates |
Etihad Airways |
Grupo LATAM (5 Cias.) |
Iberia |
KLM |
Korean |
Lufthansa |
Qatar Airways |
Singapore Airlines |
South African |
Swiss |
TAP |
Turkish |
United |
US Airways |
(*) Transição total prevista até final de set/14 |
Fonte: GRU Airport |
Salas VIP
Entre os mimos oferecidos aos usuários do novo terminal internacional de Guarulhos estão as salas vip. Além dos espaços ocupados por companhias aéreas, como o das associadas da Star Alliance, o terminal abriga no mezanino uma sala mantida pela própria GRU Airport, a Executive Lounge.
Ao custo de US$ 60 por pessoa, a sala vip do GRU Airport oferece refeições rápidas num buffet self-service, onde também estão disponíveis água, refrigerantes, sucos e outras bebidas. Também há áreas para descanso com aparelhos de TV de alta definição e acesso irrestrito à internet.
Os passageiros que quiserem tomar um banho antes de embarcar têm essa possibilidade na sala Vip. Há banheiros, feminino e masculino, equipados com chuveiros. A Executive Lounge recebe em média cem passageiros por dia e, segundo a GRU Airport, fez muito sucesso entre os turistas estrangeiros que estavam em trânsito durante os jogos da Copa do Mundo.
A GRU Airport planeja montar mais outra sala vip, a First Class, para passageiros de alto padrão. Segundo a concessionária, a nova sala vai oferecer serviços com um nível ainda mais aprimorado de sofisticação.
Radiografia do TPS-3
Área total | 192 mil m² |
Capacidade | 12 milhões pas./ano |
Companhias aéreas | 25 * |
Balcões de check-in | 90 |
Balcões de check-in (conexões) | 18 |
Salas Vip | 3 |
Estabelecimentos comerciais (inclui Duty Free) | 91 |
Elevadores | 53 |
Esteiras rolantes | 27 |
Escadas rolantes | 21 |
Pontes de embarque | 20 |
Pátios | 2 (34 aeronaves) |
*a partir de out./2014 – Fonte: GRU Airport
Gru Airport reúsa água
Os projetos arquitetônicos buscam, cada vez mais, encontrar soluções que garantam economia e racionalização do uso de água. Essa característica se evidencia ainda mais em tempos de escassez de recursos hídricos, pelos quais vêm passando muitos municípios paulistas.
A cobertura do Terminal 3 do GRU Airport – Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, por exemplo, foi projetada para captar água de chuva para reúso. Com a medida, o aeroporto deixa de desperdiçar água potável nas descargas de bacias sanitárias e em outras utilizações que não impliquem contato humano.
Para implantar o sistema, a GRU Airport utilizou 10 mil m de tubos e 341 captadores de águas pluviais fornecidos pela Saint-Gobain Canalização. O sistema é responsável pela drenagem e aproveitamento de águas da chuva, além de ter proporcionado liberdade arquitetônica e otimização dos espaços do novo terminal de passageiros.
Os produtos de ferro fundido da Saint-Gobain Canalização são utilizados em serviços para transporte de fluidos no saneamento, na indústria, na construção civil e em aeroportos, como na expansão do GRU Airport.
Mobilidade de passageiros é um dos destaques da nova estrutura
Um dos mais importantes serviços num terminal aéreo de passageiros é a mobilidade, tanto vertical quanto horizontal. Os usuários precisam deslocar-se rapidamente de terminal a terminal, de andar a andar e das áreas de embarque para as aeronaves. Quanto mais rápido e confortável for essa operação, maior o nível de satisfação do cliente e menores os riscos de atrasos.
A construção do Terminal 3 do GRU Airport representou oportunidade de negócios para centenas de fornecedores de equipamentos e serviços. No segmento de movimentação de passageiros, a ThyssenKrupp foi responsável pelo fornecimento de 134 produtos. A quantidade de escadas rolantes chegou a 70 unidades. O número de esteiras rolantes somou 44 equipamentos e o de pontes de embarque totalizou 20 peças.
Para ter uma ideia da dimensão do investimento feito em mobilidade de passageiros no novo terminal internacional de Guarulhos, o total de produtos com essa finalidade vendidos pela ThyssenKrupp à GRU Airport representou cerca de 40% dos 333 equipamentos fornecidos pela empresa para boa parte dos aeroportos das capitais brasileiras.
Equipamentos
As 70 escadas rolantes fornecidas pela ThyssenKrupp são do modelo Velino. A nova geração do equipamento é projetada para atender os empreendimentos em que o fluxo de pessoas é intenso e constante, como nos aeroportos. Segundo a empresa, entre os benefícios do equipamento estão o deslocamento suave e a resistência dos materiais, que garante vida útil longa e menor consumo de energia. A escada fica praticamente parada no modo stand by quando não está em uso.
Com esta tecnologia, denominada ThyssenKrupp Energy Control, a velocidade aumenta gradativamente somente quando o usuário pisa no degrau. As escadas, com balaustrada em vidro, têm capacidade de transporte de 9 mil pessoas/hora, com velocidade de 0,5 m/s.
Num total de 44, as esteiras rolantes do Terminal 3 são dos modelos Orinoco e iWalk, que apresentam balaustrada de vidro e suportam grandes movimentos. Segundo a ThyssenKrupp, os equipamentos são adequados para o deslocamento rápido de pessoas em grandes complexos, como é o caso dos aeroportos. Em Guarulhos servem para os passageiros se deslocarem entre as áreas de embarque e desembarque e também nos deslocamentos entre terminais.
A iWalk, mais recente lançamento da empresa nesta linha de produtos, tem placas de pentes de 7 mm de desnível, que a tornam mais acessível para pessoas e facilitam o andar sobre a esteira e o deslocamento de cadeira de rodas ou carrinhos de bebê. Com tração dos degraus sem uso de corrente, reduz a necessidade de lubrificação.
A esteira iWalk também fica praticamente parada no modo standby quando não está em uso, sistema presente também no modelo Orinoco. Com isso, consome menos energia.
Maior avião do mundo
Maior fabricante mundial de pontes de embarque, a ThyssenKrupp instalou em Guarulhos 20 desses equipamentos. As pontes são do modelo Apron Drive, o mesmo que a empresa forneceu para os principais aeroportos do mundo, entre os quais Frankfurt, na Alemanha, Paris, na França, Londres, na Grã-Bretanha, e Chicago, nos Estados Unidos.
De acordo com a empresa, as pontes foram projetadas para o embarque e desembarque seguro e cômodo dos passageiros até as diversas aeronaves estacionadas. A ThyssenKrupp também instalou no aeroporto de Guarulhos, segundo a empresa, um produto único no mercado, com capacidade para atender o maior avião em operação no mundo, o Airbus A380.
Fornecimento ThyssenKrupp para aeroportos brasileiros
AEROPORTOS | CIDADE | UF | PRODUTOS | TOTAIS | |||
Escadas rolantes | Pontes de embarque | Esteiras rolantes | Elevadores | ||||
GRU Airport | Guarulhos | SP | 70 | 20 | 44 | 134 | |
Juscelino Kubitschek | Brasília | DF | 20 | 14 | 19 | 53 | |
Brigadeiro Eduardo Gomes | Manaus | AM | 24 | 8 | 14 | 46 | |
São Gonçalo do Amarante | Natal | RN | 22 | 8 | 8 | 38 | |
Tancredo Neves – Confins | Belo Horizonte | MG | 10 | 9 | 17 | 36 | |
Afonso Pena | Curitiba | PR | 8 | 8 | 16 | ||
Pinto Martins | Fortaleza | CE | &nb sp; | 9 | 9 | ||
Marechal Rondon | Cuiabá | MT | 1 | 1 | |||
TOTAIS | 134 | 83 | 58 | 58 | 333 |
Fonte: ThyssenKrupp
Ensaios não destrutivos revelam condições de pistas
Avaliações regulares das condições de conformação do piso das pistas de pousos e decolagens devem fazer parte do escopo de toda operação aeroportuária, de modo a atender às normas de segurança da aviação internacional. Uma das empresas que têm auxiliado aeroportos nessa tarefa é a Rincent Airports, que é uma das divisões do grupo francês Rincent.
A Rincent Airports atua com auscultação e gestão de pavimentos aeroportuários, que permitem assegurar a conformidade dos pavimentos com os critérios de superfície (aderência, irregularidades, danificações); com os critérios estruturais (resistência do pavimento, espessura das camadas e distribuição dos esforços); e com os critérios relativos às marcações (diagnóstico das luzes de pista, indicador de percurso de aproximação e de precisão).
As medições e estudos são normalmente realizados a cada dois anos, quando são gerados relatórios de conformidades e recomendações de trabalhos de manutenção ao gestor aeroportuário. A Rincent se vale de dois equipamentos para a realização desses testes: o Radar e o HWD (Heavy Weight Deflectometer).
O radar GPR Euradar, patenteado, fabricado e mantido pela tecnologia Rincent ND, emite uma onda eletromagnética na direção da pista e permite medir a espessura das camadas do pavimento e detectar anormalidades (umidade, vazios, metais).
O HWD é usado para determinar a deformação de um pavimento sob carga dinâmica e calcular os módulos de elasticidade de cada camada do pavimento. O HWD da Rincent Airports é dobrável e pode ser facilmente transportado, o que permite seu uso em ilhas ou locais de acesso difícil.
Hoje, a Rincent Airports marca presença em numerosos aeroportos franceses, como Paris Roissy Charles de Gaulle, Paris Orly e Paris Beauvais, e também em outros sítios da Europa, da África e do Oriente Médio, como Turim (Itália). No Brasil, a empresa já trabalha com o aeroporto internacional dos Guararapes, no Recife (PE), e negocia contratos de ensaios não destrutivos com aeroportos regionais do País.
Fonte: GTA
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