A cada eleição, seja municipal, estadual ou federal, a situação aperta para quem vota. E a expectativa em relação aos eleitos acaba se encaminhando para uma frustração generalizada, invariavelmente sem remédio.

 

É como se, quem vota, estivesse entregando ao candidato, no ato da votação, a corda que ele colocará, logo depois, no pescoço dos que os elegerem.  No fundo, somos reféns de uma situação em que os eleitores identificam, nos eleitos, os seus carrascos potenciais.

 

Veja-se o caso do governo federal. Deixou o caminho pronto para promover os aumentos tão logo colhesse, nas urnas, os resultados favoráveis. Escondeu o quanto pode a corda que estava preparada, já com o nó pronto,  a ser colocada no pescoço das vítimas.  E, então, detonou o aumento dos juros,  da gasolina e da energia. E cuida de ressuscitar, nos postos de combustíveis,  a famigerada Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico, a Cide, que nada mais é do que a taxa incidente sobre o combustível que o cidadão paga – e paga caro – para movimentar o carro.

 

Mas, vêm outros aumentos por aí. E, senão aumentos, cortes em benefícios, o que apertará ainda mais a corda no pescoço.  Não se imagina que os cortes irão incidir sobre os salários gordos e as aposentadorias estratosféricas de quem está no topo do poder. Mas, aqui embaixo, na base da pirâmide, quem puder, que saia de baixo.

 

Na área estadual a conta da água virá salgada. E com o gosto do volume morto.

 

Enquanto isso,  na área municipal, o inesperado: o Tribunal  de Justiça autorizou o aumento do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). Será assim: 20% para imóveis residenciais e 35% para imóveis comerciais e industriais. Num município onde o cidadão não dá um passo sem  arriscar-se a ser multado, um aumento desse é mais um aperto –  para alguns, o último – no pescoço.

 

Mas, há ainda mais coisas. Os defensores da área de proteção dos mananciais que o digam.

   

Fonte: Nildo Carlos Oliveira