Vem o novo governo. E as velhas práticas. Quem imaginava inovações na arte de governar pode recolher o cavalo da chuva. Aqui, a arte de governar é confundida solertemente com a arte de esbulhar o consumidor. Basta verificar o exemplo já adotado e que está expresso nas contas – impostos e taxas – que estamos a receber nesse começo de ano.
Poderia se imaginar outra coisa: um governo consciente de que a população vive da mão para a boca. Não tem recursos. Se tem emprego, não é o satisfatório, com salário compatível com o esforço em favor do crescimento para a melhoria das condições da família, da sobrevivência, do estudo e, eventualmente, do lazer. Tudo é medido e contado na ponta do lápis. E, quem não tem emprego, e não consegue se ancorar nas costas do governo, via bolsa disso e daquilo, fica na pobreza mesmo, ou na miséria. Mas, o governo enxerga isso?
Aparentemente não. Tanto é que passa a governar já elegendo, como prioridade maior, o aumento de tributos.
O correto seria a correção do orçamento. Mas a metáfora, “cortar na própria carne”, é apenas uma metáfora. E, para manter a máquina, cada vez mais ávida de salários gordos, parte para o aumento dos impostos, numa escala municipal, estadual e, sobretudo, federal.
Matéria de hoje na FSP dá conta de quanto custa um congressista para o País: nada menos que R$ 151 mil por mês. Isso pesa no bolso de cada brasileiro, embora nada pese na consciência dos que empalmam o poder.
A observação nos leva ao velho Maquiavel, o Príncipe, que viveu de 1469 a 1527 e elaborou uma teoria sobre a constituição do estado moderno: o povo não precisa amar os seus governantes; o essencial é temê-los. E, diz o Príncipe: “… gostaríamos de sermos amados e temidos. Como é difícil juntar as duas coisas e precisamos renunciar a uma delas, é muito mais seguro sermos temidos do que amados”. E haja multa contra os consumidores para manter a pesada máquina do Estado. Seriam eles os responsáveis pela crise hídrica em SP?
Nesse começo de ano vamos precisar ficar atentos ao caminho do dinheiro que será tirado da população; saber para onde ele vai e se haverá contrapartida para a sangria desatada.
Fonte: Nildo Carlos Oliveira
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