Grupo Windsor constrói mais duas torres e centro de convenções; passarela e túnel de serviços conectam antigo empreendimento com a nova estrutura

Augusto Diniz – Rio de Janeiro (RJ)

O grupo Windsor foi um dos que deram garantia ao Comitê Olímpico Internacional de que os Jogos Olímpicos teriam mais quartos de hotéis disponíveis no Rio de Janeiro. E cumpriu a promessa.

Este mês (julho) os primeiros apartamentos serão disponibilizados e até junho de 2016, portanto antes da Olimpíada, será entregue todo o complexo pronto, passando ele a ter 1.118 apartamentos e dois centros de convenções com 23 mil m² de área disponível para eventos.

No local, em frente à praia da Barra da Tijuca, já existia há dez anos um hotel 5 estrelas, de 338 apartamentos, além de um centro de convenções com cerca de 10 mil m².

Mas, no início de 2012, o Windsor colocou em prática o plano de expansão para atender a Rio 2016 e o pós-megaevento. Assim, o grupo começou a erguer, de um terreno em rua ao lado, após demolição de algumas casas, um hotel 4 estrelas (com 438 apartamentos) de 18 andares, e um novo centro de convenções, do mesmo tamanho do existente; e um hotel 3 estrelas de 20 andares (com 342 apartamentos), em área no fundo do hotel e do centro de convenções existentes. Quando entrar em operação plena, o movimento esperado no complexo será de 45 mil pessoas por semana.

Atualmente, há cerca de 700 operários na construção. As execuções estão a cargo da SIG Engenharia. Paulo Dias, gerente de obras da empresa, é categórico ao falar em meio aos frenéticos trabalhos em andamento: “Fazer distintas obras ao mesmo tempo é o nosso desafio aqui”.

O engenheiro Claudio Aleixo, que junto com Paulo forneceu os dados técnicos da obra à revista O Empreiteiro, acrescenta o fato de que aquele trecho, onde ocorrem as obras, possui intensa movimentação de veículos, com restrição de espaço para os trabalhos, aumentando assim as dificuldades. Ele destaca ainda as estruturas de interligação criadas entre os empreendimentos: uma passarela, por cima da rua, e um túnel de serviços, no subsolo, também cruzando a rua.

Paulo Dias e Claudio Aleixo: Obras distintas e corrida contra o tempo

A torre que terá o hotel 4 estrelas está com 90% de avanço. Ela será entregue no final deste ano, mas parte (60%) já estará funcionando a partir de julho. Com a estrutura concretada in loco, as divisórias dos apartamentos do hotel são de drywall, inclusive nos banheiros. Um sistema unitizado, composto de estrutura metálica e vidro, cobre a fachada.

Empenho nas obras para receber os turistas dos Jogos Olímpicos
 

Túnel

Um túnel de serviço, com 26,4 m de extensão, ligando o hotel antigo ao novo no primeiro subsolo, foi construído abaixo da rua que separa as duas torres. Esta obra específica foi comandada pela empresa Matheus Lincoln, que adotou método não destrutivo para realizar o túnel em solo composto de aterro e areia.

Do nível da rua até o piso do túnel, a altura é de 7,5 m. O túnel tem aproximadamente 2,5 m de pé-direito.

Túnel de serviço construído por método não destrutivo, com quatro seções de tubulação
 

Antes de executar o túnel, realizou-se mapeamento georreferenciado na área para identificar possíveis interferências no local, mas não foi preciso mexer em nenhum tipo de rede existente de água, gás, energia, elétrica e pluvial – todas elas se localizam acima da travessia realizada.

O túnel tem quatro seções de tubulação. Um macaco hidráulico instalado no subsolo do hotel antigo puxou para si, por meio de cabos, cada seção, que estava posicionada no outro lado da rua, no subsolo da nova torre do hotel.

Não foi feita escavação prévia. Os cabos cruzavam a rua através do subsolo e eram presos em dois pontos verticais de uma cruzeta instalada na seção da tubulação – cruzetas devidamente retiradas após a colocação das seções no traçado correto do túnel.

À medida que a seção era puxada, e encontrava resistência no solo, a terra era removida, para dar prosseguimento ao avanço do túnel. A base do túnel, depois de pronta, foi concretada para criar um piso nivelado onde se assenta a tubulação.

Cada seção tem 6,60 m de comprimento. As quatro seções possuem diâmetros com pequenas variações, para que seus extremos se encaixassem com a seção seguinte: a maior seção tem 2,94 m, as do meio 2,84 m e 2,74 m, e a menor, localizada no outro extremo, 2,64 m.

As tubulações são de aço-carbono de alta resistência, de 5 cm de espessura, com cada peça pesando 15 t. As peças foram trazidas em duas carretas para o canteiro.

Já a passarela que interliga a torre antiga com a nova, no seu primeiro andar, é de estrutura metálica e pesa 80 t. Foi produzida pela Medabil.

Com vigas de 12,5 m, a passarela tem 5 m largura, 7 m de altura e 37,75 m de comprimento. As peças da estrutura foram montadas na rua e a passarela pronta foi erguida por meio de guindastes.

Um arco dá apoio à passarela no lado do antigo hotel; no outro lado, se conecta diretamente à estrutura recém-construída. A passarela é fechada com revestimento ACM (alumínio composto) e vidro.

A passarela está em fase de acabamento, com mais de 60% de avanço. O túnel também está em fase de acabamento.

O novo centro de convenções tem cerca de 20% de avanço e será inaugurado em janeiro de 2016. Já a última torre com o hotel 3 estrelas, com avanço de 20%, ficará pronta em junho de 2016.

O novo centro de convenções do complexo será inaugurado no início de 2016
 

Como contrapartida assumida com a prefeitura do Rio, o complexo hoteleiro fará a reforma e conservará por 20 anos a praça Soldado Geraldo da Cruz, localizada na frente do novo centro de convenções e da torre do hotel 3 estrelas.

Fonte: Redação OE