Apesar da crise econômica e do aumento de seu endividamento, a Arteris – a maior concessionária de rodovias do País em km – vislumbra potencial de ampliar a capacidade a partir de 2016, informa o jornal Valor Econômico. Além das melhorias previstas nos contratos que administra, a empresa quer realizar a totalidade dos novos investimentos em concessões já existentes listados na segunda etapa do Programa de Investimento em Logística (PIL), lançado em junho pelo governo.

Segundo o jornal, dos R$ 15,3 bilhões destacados no PIL para esse fim, cerca de R$ 5,2 bilhões se concentram em quatro das cinco estradas federais sob gestão da Arteris. "Como hoje o governo entende que o mecanismo de aumentar a tarifa é bom porque você adiciona novos investimentos, aumenta a qualidade e o nível de serviço ao usuário, é o mecanismo perfeito", disse, ao Valor, o presidente da Arteris, David Díaz, ao ser questionado sobre qual contrapartida ao investimento é mais atraente para fazer o aditivo – aumento tarifário ou do prazo contratual. As concessões federais da Arteris vão até 2033.

Quase todas as obras são melhorias e as que não exigem licenciamento ou desapropriações têm possibilidade de começar já em 2016, diz o executivo. Para o trecho administrado pela Autopista Fluminense (BR-101 de Niterói até a divisa com o Espírito Santo), o PIL destaca terceiras faixas entre Barreto e Manilha, um contorno de Itaboraí (RJ) e a duplicação do trecho final da concessão até a divisa com o Espírito Santo (km 0 ao 45).

Há ainda uma terceira faixa na Autopista Fernão Dias (a BR-381, que liga São Paulo a Belo Horizonte) e na Litoral Sul (BRs 376 e 101 no Paraná e Santa Catarina).

Entre os investimentos de maior fôlego e que demandarão mais tempo está a duplicação da Autopista Planalto Sul (BR-116, no trecho entre Curitiba e a divisa com Santa Catarina e Rio Grande do Sul), que deve consumir R$ 2,5 bilhões dos R$ 5,2 bilhões.

Ainda no PIL, mas entre os novos leilões programados para 2016, a Arteris pretende disputar a concessão de 220 quilômetros do trecho da BR-101 Sul de Palhoça (SC) até a divisa com o Rio Grande do Sul, que tem sinergia com sua rede – a empresa já controla o trecho que vai de Curitiba a Palhoça.

A companhia deve apresentar ao governo no início do ano um Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI) para a concessão do trecho. No PIL o projeto está orçado em R$ 1,1 bilhão, mas a Arteris analisa a possibilidade de adicionar algum investimento, cujo valor Díaz não adianta. "Estamos conversando também com municípios. Nosso estudo ainda é preliminar".

Sobre o pacote de concessões do governo de São Paulo, no valor de R$ 13,4 bilhões dos quais R$ 10,5 bilhões serão em rodovias, o executivo diz que há "muito interesse", mas espera mais informações. O modelo deve ser publicado no dia 17.

Fonte: Valor Econômico