Thierry Giraud, diretor-executivo da Unidade de Negócios XRT da Sage Brasil, analisa em artigo abaixo a restrição de crédito no setor de construção e a necessidade da busca pela eficiência interna e o controle financeiro:

Depois de crescerem a uma taxa média anual de quase 4% na última década, as empreiteiras entraram num rápido declínio desde o segundo semestre 2015.Boa parte desse processo é resultado da restrição ao crédito que vem dificultando a gestão de caixa das companhias.

Segundo pesquisa da Confederação Nacional da Industria (CNI) divulgada em abril, a facilidade das empresas de construção em tomar empréstimos tem se tornado cada vez menor. O indicador de acesso ao crédito registrou 2,31 pontos no primeiro trimestre de 2016, queda de 2,8 pontos na comparação com mesmo trimestre anterior – o valor é o menor já registrado desde 2009, quando a CNI passou a avaliar o indicador.

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O fato é que, em um cenário econômico incerto atribulado pela crise política, a torneira do crédito secou.
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Essa situação tem consequências dramáticas para o setor, colocando as empresas em uma verdadeira encruzilhada financeira. Sem receber pelos projetos em andamento, nem tendo acesso a linhas de financiamento, o setor de infraestrutura tem sido desafiado a fazer uma gestão de caixa ainda mais eficiente e apertada, digna de um equilibrista, considerando que cada prédio em construção é uma empresa em si com seus próprios representantes legais, contrato social, contas bancárias, CNPJ etc.

Neste cenário, os profissionais da área têm buscado cada vez mais otimizar a gestão de tesouraria, por meio de ferramentas especializadas, homologadas e totalmente integradas ao ERP da companhia – um dos caminhos para levar a controles mais eficientes do fluxo de caixa, capital de giro e gestão das operações financeiras da companhia. Tais ferramentas ajudam a consolidar os dados provenientes de cada obra e a tomar decisões estratégicas a partir das informações corretas e atualizadas em tempo real.

As soluções também facilitam a criação e a comparação de cenários financeiros futuros.

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Outra grande vantagem é a automatização de todos os processos operacionais da tesouraria.

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Assim, o departamento financeiro pode otimizar o tempo gasto em funções burocráticas e focar o trabalho em ações estratégicas de alto valor agregado para a empresa.

Neste ambiente de extrema incerteza, a gestão do fluxo de caixa mostra-se um recurso fundamental para os gestores saberem com precisão qual a situação financeira da empresa e, com base no resultado, decidir os caminhos a seguir. Apesar de ser um setor dinâmico, acostumado à volatilidade no capital de giro, as empresas de infraestrutura viram-se diante de uma difícil situação, que colocou em risco a solvabilidade de algumas construtoras. Em um momento de crise como o atual, se torna ainda mais evidente o papel estratégico e influente do profissional financeiro nas tomadas de decisões.

A velocidade com que o setor de construção superará este cenário atual depende, além da estabilização do cenário político e econômico, da retomada do acesso facilitado ao crédito. E um caminho importante a ser seguido é ter a clara noção de sua situação financeira em tempo real, a partir de uma gestão eficiente do caixa.

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Fonte: Redação OE