Augusto Diniz – Cajamar (SP)
O primeiro centro logístico da GLP em Cajamar (SP), um dos maiores polos no País desse tipo de empreendimento, foi construído em dez meses e dez dias pela Libercon. Com o prazo tão curto entre o trabalho de fundação e a entrega, a construtora resolveu adotar um método rápido de montagem na cobertura de estrutura metálica.
Segundo André Gonçalves, gerente de contrato da Libercon, depois de estudos, optou-se em fazer boa parte da montagem da cobertura em solo com o sistema roll on da empresa Sthaldach. O engenheiro civil explica que este trabalho se procedeu tanto na viga universal quanto nos módulos da cobertura.
As vigas universais foram preparadas em solo e depois posicionadas nos pilares. Já os módulos da cobertura, com dimensões de 3,60 m de largura por 24 m de comprimento, pesando 1,5 t cada, recebiam em solo o revestimento termoacústico (face felt) e depois eram posicionados um a um, com guindastes de 30 t, na cobertura.
“Em seguida, faziam-se as junções e acabamentos na altura”, diz. “Com o método, a produtividade média foi 50% maior do que no sistema tradicional, com a realização de 750 m²/dia, ao invés de 500 m² /dia padrão”.
Segundo o engenheiro, a redução de trabalho em altura caiu de 80% para apenas 20%, mitigando riscos também. A cobertura é dotada ainda de lanternim para ventilação e trechos com telhas translúcidas para entrada de luz natural.
Localizado a cerca de 3 km da Rodovia Anhanguera, o REC Cajamar possui duas naves (G100 e G200), com quatro módulos em cada, perfazendo uma área construída de 120.721,99 m² – a área total do empreendimento é de 207.972,04 m².
Os trabalhos começaram em outubro do ano passado, em área já terraplanada, e a entrega está sendo feita este mês (julho). No pico, a obra chegou a ter 310 trabalhadores no canteiro.
A construção do centro logístico foi executada do sentido frontal para os fundos do terreno, possibilitando a movimentação de veículos e pessoas por baixo da estrutura já coberta, inclusive em período de chuvas, o que foi um facilitador para os trabalhos, ressalta André.
A estrutura pré-fabricada em concreto do centro tem altura no banzo inferior de 12,90 m, e na cumeeira, 14,35 m. A fundação foi feita com sapata e estaca escavada.
O fechamento lateral, é misto: painel de concreto moldado no canteiro e telha trapezoidal de 0,5 mm sobre estrutura metálica auxiliar. Nas docas, os painéis possuem 7 m de altura por 13 m de largura. No restante do perímetro lateral os painéis possuem 1 m de altura por 13 m de largura.
O centro logístico conta com 122 docas, sendo 66 no G100 e 56 no G200, todas ocupando um lado só das naves, de frente umas para as outras. Em cada nave, há oito docas com niveladoras que podem receber não só carretas, mas VUCs (veículo urbano de cargas).
Outra ação importante durante as obras, de acordo com André Gonçalves, foi a melhoria do sistema de iluminação. Foi feita substituição de luminárias fluorescentes, constante no projeto original, por luminárias LED, sem custo adicional ao projeto devido ao redimensionamento. Isso possibilitará redução de 52% do consumo de energia mensal para o futuro locatário, garante o engenheiro.
Piso
O piso do empreendimento é de concreto armado com fibra metálica e polipropileno de 14 cm de espessura e capacidade de carga de até 6 t/m². A concretagem do piso se deu à razão de 1.500 m²/dia.
Por um pedido da GLP, um grupo experiente em centros logísticos no mundo, a base do entorno dos pilares centrais foi feita de concreto circular com 80 cm de diâmetro, ao invés de quadrada ou retangular, como é padrão no Brasil. “Isso tem possibilidade de gerar menos patologias, fissuras e arestas no piso”, explica André Gonçalves.
O novo centro logístico conta ainda com restaurante, cozinha, vestiários, apoio ao motorista, portaria, administração e utilidades. Foi construída uma estação de tratamento de esgoto (ETE) própria para 1.267 usuários. Na área externa, o estacionamento tem 459 vagas para carros e 192 para carretas.
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