A tecnologia que permite gerar energia elétrica e água quente com um único painel fotovoltaico recebeu o Prêmio Odebrecht para o Desenvolvimento Sustentável 2016. De autoria de Henrique Luís Hipólito, com orientação do professor Sérgio Colle, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), o trabalho foi desenvolvido a partir da constatação de que um painel fotovoltaico convencional converte apenas 15% da radiação solar em eletricidade, e todo o resto é perdido sob a forma de calor.
Com essas considerações, se estudou a viabilidade econômica de se produzir um painel solar híbrido para uso em casas populares.
A ideia era aproveitar esse calor desperdiçado e utilizá-lo para aquecer água até uma temperatura ideal para o consumo doméstico. Dessa forma, cerca de 80% da radiação passa a ser convertida em energia útil, que pode ser utilizada para atender à demanda de casas populares, aproveitando os níveis de insolação do território brasileiro, um dos mais elevados do mundo.
Após vários estudos, um protótipo experimental do painel solar híbrido foi construído no laboratório da UFSC. Com o modelo, segundo o professor Colle, foi possível realizar uma série detestes. “Medimos simultaneamente a quantidade de água quente produzida diariamente e o total de energia elétrica gerada, entre outros testes”, conta.
A conclusão é de que o painel solar híbrido mostra-se como ótima alternativa para a geração de energia distribuída no Brasil.
O sistema integra as características de duas tecnologias conhecidas em uma nova mais eficiente, mais barata e que ocupa menos espaço.
A tecnologia capaz de gerar eletricidade e água quente com um só painel tem um grande impacto ambiental positivo, pois integra duas tecnologias de geração de energia limpa em uma só. Com isso, ainda se eliminam gastos dobrados com projeto, logística e instalação.
De acordo com Hipólito, um reconhecimento como esse da Odebrecht é muito importante para o estudante. “Quando se chega ao final do projeto e se vê que esse esforço valeu a pena, há um incentivo muito grande para continuar esse desenvolvimento”, diz. Na opinião de Colle, “a Odebrecht realiza um excelente trabalho para disseminar no Brasil o Prêmio para Inovação Tecnológica”.
Fonte: Revista O Empreiteiro
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