A Usina Hidrelétrica São Manoel já foi conectada ao Sistema Interligado Nacional (SIN) e sua primeira turbina foi acionada no início do ano, antecipando o prazo previsto de maio, estabelecido nos contratos de comercialização de energia elétrica no ambiente regulado (CCEAR). O empreendimento é uma parceria entre a CTG Brasil, EDP Brasil e Furnas Centrais Elétricas.

A hidrelétrica, construída no rio Teles Pires, na divisa do Estado do Mato Grosso com o Pará, opera a fio d’água. As obras tiveram início em setembro de 2014 e, até o terceiro trimestre de 2017, receberam investimentos de R$ 3,3 bilhões. Serão quatro unidades geradoras, totalizando 700 MW de potência, energia suficiente para atender uma população de cerca 2,5 milhões de pessoas.

A casa de força da UHE é do tipo abrigada, com quatro unidades geradoras com turbinas do tipo Kaplan com posição do eixo vertical, cada uma com potência unitária nominal de 175 MW. O comprimento total da barragem é de aproximadamente 950 m e a altura total é de 47 m.

O vertedouro é do tipo controlado, com capacidade de descarga de 13.828 m³/s, composto por três vãos com comportas do tipo segmento com largura de 21 m e altura de 23 m.

O volume de concreto da obra foi de aproximadamente 500.000 m³. O aço aplicado foi de aproximadamente 40.000 t.

Segundo a EDP, a manutenção do cronograma de geração da usina seguramente se configurou como um desafio para o projeto.

Porém, a entrega da primeira turbina acabou ocorrendo antes do prazo regulatório. O empreendimento deverá ser totalmente concluído ainda no primeiro semestre desse ano.

A energia gerada na UHE São Manoel é escoada por meio de uma linha de transmissão de 500 kV que sai da UHE e se conecta ao Sistema Interligado Nacional (SIN), na subestação Paranaíta, localizada no município de Paranaíta (MT).

Todas as estruturas do sistema de transmissão associado (linha de transmissão e subestação da usina e bay de conexão) estão prontas e operativas. A extensão da linha de transmissão é de 40 km.

As obras de São Manoel foram iniciadas pelo Consórcio Constran- UTC, que permaneceu no empreendimento até dezembro de 2016. A partir de janeiro de 2017, foram firmados novos contratos com as empresas GE (responsável pelo fornecimento e montagem eletromecânica), Cesbe (responsável pelas obras civis) e instaladora elétrica Vividense (construção e montagem da linha de transmissão e do bay de conexão). A Leme Engenharia permaneceu como responsável pelo projeto executivo do empreendimento.

A estrutura da usina foi construída com o sistema Concreform SH, fornecido pela SH. O Concreform SH é composto por painéis em chassis de aço galvanizado forrados com compensado plastificado, conectados com apenas três grampos que os unem e alinham simultaneamente, dispensando perfis extras.

Devido à estrutura facetada do barril do turbo, foram necessários cantos articulados nos painéis do sistema Concreform. Essa solução evitou maior prazo de execução e aumento de custo, já que eliminou os arremates em fôrma convencional (madeira).

O supervisor de contratos da SH, Eduardo Vasconcellos diz que a solução foi pensada para que o ritmo da obra fosse mantido. “Nossa solução foi diferenciada, pois utilizamos cantos articulados acoplados aos painéis da fôrma, possibilitando uma montagem rápida, com bom aproveitamento das mesmas”, diz. “Para a galeria da casa de força, tubo de sucção e tomada d’água, oferecemos a versatilidade dos andaimes Modex associados ao tubo equipado que conseguiu atender as necessidades de trabalho em diversos pontos de difícil acesso”, completa Eduardo