A nova diretoria da Autoridade Portuária de Santos (Codesp), responsável pela administração do mais movimentado terminal portuário do País, está preparando o lançamento de editais de leilões de quatro áreas a serem arrendadas ainda neste ano no complexo portuário, com investimento estimado em R$ 485 milhões, além do pagamento de outorga.
De acordo com Casemiro Tércio Carvalho, diretor-presidente da Codesp, as áreas a serem arrendadas encontram-se com contrato vencido ou em período de fim de contrato (ou de transição) ou sem uso.
É por exemplo o caso do STS 10, no cais do Saboó. O terminal é para carga geral com movimentação mínima para celulose. A área hoje é dividida entre terminais das operadoras Rodrimar, Deicmar e uma parte do Ecoporto. O investimento aproximado é de R$ 50 milhões nessa área.
Já o STS 13A será uma instalação para granéis líquidos na Ilha Barnabé. A área está hoje sem operação, após fim do contrato com a Vopak. O investimento aproximado é de R$ 115 milhões.
O STS 20 será relicitado em outras bases, segundo a Codesp, após tentativa no ano passado em que não houve proposta de arrendamento.
Será um terminal para granel mineral. O lote hoje é ocupado pela Pérola. O investimento aproximado é de R$ 220 milhões.
Por fim, a Autoridade Portuária informa que os terminais 14 e 15 serão “empacotados” em uma só instalação para movimentação de granel mineral. As áreas hoje são ocupadas pela Fibria (que está com contrato de transição) e Rodrimar (operando por medida judicial). O investimento aproximado é de R$ 100 milhões.
Casemiro disse que a administração não quer apenas gerenciar o porto, mas se envolver em engenharia e desenvolvimento de projetos no complexo, para fazê-lo ser ocupado da melhor maneira possível e com eficiência.
Serviços
Serão concedidos três pacotes de serviços, em contratos válidos por 35 anos, no Porto de Santos.
Um será relacionado ao canal de navegação, com dragagem, balizamento, monitoramento ambiental e sistema eletrônico de controle do tráfego de embarcações.
O outro está ligado aos acessos terrestres, como a operação e manutenção das avenidas perimetrais de Santos e Guarujá, e novos investimentos em peras, desvios e pátios ferroviários.
O diretor-presidente explica que nesse item estuda-se a cobrança de tráfego de caminhões, por trecho, nas vias de acesso ao porto, além de construção de terceira faixa no Valongo.
O último pacote de serviços inclui manutenção de utilities (energia, água e esgoto e resíduos sólidos).
“O objetivo desses contratos é garantir disponibilidade e elevar o nível de serviço para os usuários – do armador aos operadores, passando pelos donos de carga, com foco na eficiência”, diz.
A nova direção da Codesp ressaltou a importância de modernizar a gestão do porto e reduzir custos de operação, além de buscar o equilíbrio financeiro da companhia.
A companhia conta hoje com 1.300 funcionários diretos e 900 indiretos.
O plano da diretoria-executiva é reduzir em 50% esse total nos próximos dois anos, dado que muitos funcionários já estão em idade de aposentar. Um programa de demissão voluntária (PDV) está sendo elaborado.
O Porto de Santos é a principal porta de saída da produção agropecuária brasileira, sendo o maior exportador de açúcar, suco de laranja e café em grãos do mundo, além da movimentação de volume alto também de soja e milho. O porto movimenta ainda em alta escala cargas como álcool, automóveis e produtos industrializados em geral.
Sua área útil totaliza 7,8 milhões de m² e seu canal de navegação, com profundidade de 15 m e largura de 220 m (trecho mais estreito), possui 55 terminais marí¬timos e retroportuários, localizados em duas margens, uma no municí¬pio de Santos (direita) e outra no de Guarujá (esquerda).
Para atracação de navios o porto possui extensão de cais de quase 16 km, que contempla 66 berços de atracação. Para armazenamento de granéis lí¬quidos conta com uma capacidade de, aproximadamente, 700 mil m³ e para granéis sólidos, instalações para acondicionar mais de 2,5 milhões de t.
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