Investimentos anunciados para 2018 em diante

INFRAESTRUTURA (± R$ 80 BI)

• Enel Green Power aplica R$ 4 bilhões em 3 parques eólicos e 1 solar, representando 1 GW de potência
• GNA Gas Natural Açu já contratou R$ 2,6 bilhões em financiamento a longo prazo
para implantar o complexo no Rio de Janeiro, que reúne termelétrica e terminal
de regaseificação, previsto para operar em 2021
• Energisa vai destinar R$ 699 milhões às distribuidoras Ceron e Eletroacre, de RO e AC,
adquiridas da Eletrobras, visando a melhorar o padrão de serviço, dentro do programa
de investimento aprovado de R$ 2,8 bilhões em 2019
• Prefeitura Municipal de São Paulo assina PPP para construir 13 mil moradias, orçadas em
R$ 2,2 bilhões, em 6 áreas da capital, sendo 9.460 unidades reservadas para famílias com
renda de até 6 salários mínimos, com início de entrega em 2022
• AES Tietê comprou o complexo eólico Alto Sertão III da Renova, incluindo o parque em pré-operação
de 438 MW e o projeto a construir de 305 MW, no qual falta investir R$ 325 milhões
• Wilson Sons renovou a concessão do terminal Tecon no porto de Salvador, BA, com compromisso
de aplicar R$ 715 milhões na expansão
• Solatio confirmou o ingresso de investidores espanhóis em 35% do megacomplexo solar em São
José do Belmonte, PE, de 1.100 MW, orçado em R$ 3,5 bilhões
• Sanepar finaliza financiamento de R$ 8 bilhões com CEF e outros bancos, que se destina a
obras de água e esgotos no Paraná nos próximos 4 anos
• MRS iniciou consultas para renovar a sua concessão de 1.643 km de ferrovias, ligando MG, RJ e SP
aos portos, por mais 30 anos, com a contrapartida de investir R$ 7,5 bilhões em 10 anos
• Eneva vai construir uma termelétrica a gás de 126 MW, orçada em R$ 1,8 bilhão, como resultado
do leilão de energia para Roraima, realizado pela Aneel, que contratou 263 MW
• Cemig aprovou R$ 6,45 bilhões para melhorias na sua rede e subestações, num programa
que vai até 2023
• Golar norueguesa e o fundo Stonepeak tem no pipeline mais duas termelétricas de GNL,
estimadas em R$ 4 bilhões, planejadas para SC e PA
• 14 PPPs de iluminação pública foram assinados em sete Estados, estimadas
em R$ 3,8 bilhões, segundo a consultoria Radar PPP, beneficiadas pelo FEP-Fundo de Estruturação
de Projetos em 2017, gerido pela CEF
• Governo paulista e prefeituras do ABC trocam monotrilho da Linha 18-Bronze, que já tem contrato
assinado com o consórcio VemABC, por construção de um BRT que custaria R$ 610 milhões
• EDP adquire LT de 142 km entre SC e RS, que o consórcio Braferpower ganhou em leilão de
2016, que demandará inversão de R$ 407 milhões
• CPFL Energia programa aporte de R$ 10 bilhões para atualização tecnológica das redes de
distibuição, como a troca das chaves religadoras
• Eldorado Brasil aplica R$ 350 milhões numa 2ª termelétrica na fábrica de celulose em Três Lagoas,
MT, para gerar 50 MW/h de energia a partir de janeiro de 2021, a ser comercializada
• Águas do Brasil aprovou R$ 270 milhões para obras em 13 concessões municipais, com 60% para
tratamento de esgotos e 15% para reduzir perdas nas redes d’água
• Santos Brasil iniciou a ampliação do Tecon no porto de Santos, SP, orçadas em R$ 150 milhões
• Enel Goiás vai investir R$ 2,6 bilhões até 2020 na melhoria do serviço
• Enel programa aporte de US$ 900 milhões na Eletropaulo entre 2019-2021
• OEC (Odebrecht Engenharia & construção) ganhou a licitação de requalificação da
BR-316, principal via de acesso a Belém, com introdução de faixa para BRT, no valor
de R$ 384,6 milhões; firmou acordo com a Petrocity para construir megaporto no ES, com investimento
estimado de R$ 2,1 bilhões; e foi contratada por Furnas, em projeto orçado por R$
578,6 milhões, para transformar a Usina Termelétrica de Santa Cruz, RJ, em ciclo combinado
• Fenosa aplica R$ 428 milhões nas redes de gás natural e R$ 400 milhões em plantas fotovoltaicas
• EDP eleva investimentos em linhas de transmissão para R$ 3,1 bilhões em cinco anos
• Sabesp confirma projeção de investimentos de R$ 13,9 bilhões entre 2018 e 2021
• Taesa investe R$ 500 milhões em sete lotes de linha de transmissão entre 2019 e 2022
• Tequimar, Consórcio Latitude, Petróleo Sabbá, Ipiranga, Petrobras Distribuidora e
• Transpetro ganham leilão de seis terminais portuários em Miramar e Vila do Conde, PA,
com compromisso de investir R$ 447 milhões

INDÚSTRIA (± R$ 60 BI)

• Votorantim aloca R$ 3,5 bilhões para o projeto de zinco de Aripuanã, da Nexa, e programa de
modernização das fabricas de cimento, além de expandir a produção de calcário agrícola
• Suzano, pós-fusão, vai investir R$ 6,4 bilhões sendo R$ 1,4 bilhão para aquisição de terras e
florestas e o restante para manutenção das operações e porto
• Klabin fará aporte de R$ 9,1 bilhões no projeto Puma 2, visando à capacidade adicional de 920
mil t/ano de papel kraftliner a ser instalada na fábrica de Ortigueira, PR
• Euca Energy divulgou EIA e RIMA da fábrica de celulose em Alto Araguaia, MT, com investimentos
projetados em R$ 9,5 bilhões, para 2 milhões t/ano de celulose de fibra curta
• RGE de Cingapura destinará R$ 6 bilhões numa planta de celulose solúvel grau viscose, destinado
ao ramo têxtil, ampliando a fábrica que foi da Lwarcel, em Lençóis Paulista, SP
• CSN finaliza negociações com o governo paranaense sobre nova fábrica de cimento em Campo Largo,
estimada em R$ 1,5 bilhão, cujos equipamentos já foram comprados e estocados em Itaguaí, RJ
• CSN planeja nova usina de aço galvanizado laminado em São Paulo, ao custo de R$ 1,5 bilhão,
para produzir 350 mil t/ano, destinado à indústria automobilística
• Cooperativa Comigo vai aplicar R$ 120 milhões em dois silos de grãos, uma fábrica de ração e
a 15ª loja de insumos agrícolas em Piranhas de Goiás
• Nestlé aprovou R$ 680 milhões para modernização de 11 plantas industriais e CDs no estado de
São Paulo, até 2020, inclusive a 1ª fábrica de papinha orgânica para bebês em São José do Rio Pardo
• Cargill investirá R$ 550 milhões numa nova fábrica de pectina em Bebedouro, SP
• Petrópolis, 3ª cervejaria do País, dobrou a capacidade da nova fábrica em Uberaba, MG, para 9
milhões hectolitros/ano, que vai demandar R$ 1 bilhão
• Pirelli aloca R$ 530 milhões para transferir a produção de pneus para motos de Gravataí, RS,
para Campinas, SP
• Vale aprovou programa de R$ 11 bilhões para expandir a produção a seco de minério de ferro
nas suas minas, expandindo inclusive as operações em Carajás, PA. Os novos projetos em fase de
licenças em MG, como Apolo e Capanema, também adotarão o mesmo processo — dispensando
as barragens de rejeitos
• Heineken planeja aporte de R$ 550 milhões em modernização das fábricas em Araraquara, Itu,
Jacareí, uma microcervejaria em Campos de Jordão e novo CD no interior de São Paulo
• Assinado protocolo de entendimento entre CCCC-China Communications Construction Co. e a
Vale, para implantar uma siderúrgica em Marabá, PA, estimado em R$1,5 bilhão, para 300 mil t/
ano em 2023, dependendo de estudos de viabilidade
• Duratex e Lenzing aprovam planta de celulose de US$ 1 bilhão no Triângulo Mineiro
• Produtora de potássio Nutrien aprova aporte de US$ 60 milhões para plantas de adubos em
MG, MS e GO.
• Fiat oficializa fábrica de motores turbo flex em Betim, MG, ao custo de R$ 500 milhões, com
produção destinada a exportações a partir do final de 2020
• Smart Modular Technologies investe R$ 700 milhões em três anos para expandir sua produção
de componentes eletrônicos em Atibaia, SP
• Nutrien, maior produtor global de potássio, aprovou US$ 4 bilhões para ampliar sua rede de
distribuição de insumos até 2023 nos principais estados
• CBL Alimentos aloca R$ 100 milhões para ampliar fábrica e novos produtos
• Kellogg aporta R$ 215 milhões para ampliar fábrica em São Lourenço do Oeste, SC
• Cargill aloca R$ 100 milhões ao TES-Terminal Exportador de Santos, onde está associada
a Dreyfus
• Siemens ratifica programa de R$ 4 bilhões de 2018 a 2022

COMÉRCIO E SERVIÇOS (±R$ 15 BI)

• IMC-International Meal Co. que controla a marca Frango Assado, com 25 lojas, escolheu 100
pontos em postos de combustível para abrir 25 novas unidades em 4 anos, com aporte de R$
200 milhões
• Grupo SFA, que vendeu a rede Bretas em 2010, vai investir R$ 500 milhões em PE, e abrir 20
lojas no interior do estado, quatro delas até dezembro
• AD Shopping destina R$ 400 milhões para shoppings em Sumaré, SP, Sinop, MT, e Catalão, GO,
com abertura entre novembro e abril próximo
• GR Shopping se dedica a malls compactos abaixo de 10 mil m de ABL, com atacarejo, centro médico
e lojas — e investe R$ 70 milhões em dois projetos em Arcoverde, PE, e Barreiras, BA
• Outlets já representam 27% dos shoppings — ao final de 2019, vai abrir o Smart Outlet em
Guarulhos, SP, num aporte de R$ 200 milhões da Iron Capital; em 2020, inaugura-se Citycenter,
em Campo Largo, PR, onde a Tacla aportou R$ 300 milhões
• Fundo Advent planeja investir R$ 1,9 bilhão até 2021 na Walmart, renovando 43 lojas Maxxi e
10 hipermercados para atacarejo
• Unimed aloca R$ 1 bilhão para erguer 7 hospitais próprios, no RJ, interior de SP, TO, ES, SC e RS,a serem entregues em dois anos
• Rede Domino’s Pizza, sob gestão da Vinci Partners, quer abrir mais 460 pontos de vendas em
5 anos, investindo R$ 250 milhões
• Operadora Atlantis planeja abrir 25 hotéis novos este ano, que serão construídos por investidores
em cidades como Blumenau, SC, Serra, ES, Osasco, SP, e Jequiá da Praia, AL
• Colégio Bandeirantes, em São Paulo, SP, planeja alocar R$ 90 milhões no programa de
expansão que envolve um novo prédio de 10 pisos e up grade das demais instalações
• Colégio São Luiz, em São Paulo, SP, faz aporte de R$ 300 milhões em nova unidade
• Grupo SEB investe R$ 320 milhões em três unidades da escola Concept
• Rede MGB, que opera em São Paulo, vai alocar R$ 75 milhões para abrir 10 novas unidades
este ano, com a marca Petit Mambo, de mercado de bairro
• Rede Impar de hospitais inverte R$ 200 milhões para ter 80 leitos novos em hospital em
Niterói, RJ
• Operadora de telefonia Claro destina R$ 8,8 bilhões para melhorias nas suas redes em todo o País
• Carrefour projeta 20 novas lojas da rede Atacadão orçadas em R$ 700 milhões

CONSTRUÇÃO IMOBILIÁRIA (± R$ 9 BI)

• Vitacon, You e Setin somam lançamentos imobiliários de R$ 3,75 bilhões em 2019, sendo
R$ 2,3 bilhões da primeira, R$ 900 milhões da segunda e R$ 650 milhões da última
• Nortis prevê lança dois projetos em São Paulo, em parceria com o fundo HSI-Hemisfério Sul
Investimentos, com VGV estimado de R$ 260 milhões

• 1º trimestre de 2019 registrou alta de 82% nos lançamentos somados da Direcional,
Even, EZtec, Herbor, MRV, RNI, Cyrela, Tenda e Trisul, atingindo R$ 3,84 bilhões
• MRV, construtora do programa MCMV, somou o maior VGV lançado neste trimestre,
com R$ 1,09 bilhão

Projetos lançados por concessionárias e iniciativa privada
desenham novo ciclo de obras

Esse é o resultado de uma pesquisa da revista OE abrangendo o período de 2017 até julho deste ano, que compilou não só empreendimentos divulgados pelas concessionárias de energia, transportes – aeroportos, rodovias, mobilidade urbana, portos e ferrovias -, saneamento e gás natural, bem como das empresas
privadas nos segmentos de indústrias das mais diversificadas, de logística, comércio, serviços — que incluem hotéis, escolas, hospitais etc. — e construção imobiliária.

São R$ 164 bilhões no total, sendo R$ 80 bilhões destinados a projetos de infraestrutura; R$60 bilhões voltados a empreendimentos industriais, entre os quais se destaca o celulose e mineração;
R$ 15 bilhões para comércio e serviços, e R$ 9 bilhões para construção imobiliária.

Os números mostram que os players com visão de longo prazo, tanto nacionais como globais, estão no País para ficar. É natural que se queixem da política, da demora no aprimoramento do arcabouço
regulatório de vários setores visando a uma maior segurança jurídica, da retomada da economia que tarda — a ponto de ter sido comemorado o avanço recente de 0,1% no PIB no trimestre.

É majoritária a opinião de que a Reforma da Previdência, na dimensão possível dentro do cenário político, abra o caminho para outras iniciativas que vão acelerar o aporte de investimentos privados, não só em infraestrutura, como também nos demais segmentos da economia — de olho no mercado interno de 200
milhões de habitantes.

Em infraestrutura — consideranda os 50 anos da chegada do homem à Lua e o que isso representou em revolução tecnológica, em especial digital, e os 25 anos do Plano Real que resgatou o País da hiperinflação —, o Brasil avançou pouco, com a honrosa exceção do setor de energia.

O desafio é como viabilizar programas de longo prazo — plurianual – para modernizar e expandir a infraestrutura de um país continental, ao longo das próximas décadas, abordagem essa considerada impraticável pelo histórico das eleições a cada quatro anos quando os novos gestores que assumem a administração pública costumam descartar os programas dos seus antecessores — mesmo os que deram resultados concretos.

A solução ao alcance está nas concessões e PPPs, porque os players privados querem remunerar os seus investimentos a longo prazo e com segurança. E o funcionamento satisfatório da infraestrutura a longo prazo é de interesse das três esferas de governo e da população. Se o incentivo às concessões se mostrou
bem-sucedido há décadas nas economias maduras, o Brasil não poderia fazer diferente.

Ao deixar para as concessionárias os investimentos futuros mais expressivos em infraestrutura, o governo poderá finalmente se voltar à manutenção da parte “capilar” das obras existentes – como as vias urbanas das cidades, medidas contra enchentes, a escassez de redes d’água e de esgotos em muitas regiões, os
bairros sem iluminação pública, as pontes e viadutos carcomidos pelo tempo, o déficit de habitação social etc. Aquilo que a população vê, usa e sente todo dia. Há muito o que fazer.