A construtora de Tubarão (SC) Brasil ao Cubo (BR3), por meio de um sistema desenvolvido por ela, no qual módulos são produzidos em seu parque fabril na cidade catarinense e depois interligados na obra, tem se envolvido na construção de hospitais em tempo recorde para atender pacientes infectados com o coronavírus (covid-19).

O primeiro projeto realizado pela construtora em meio à pandemia foi o anexo ao Hospital Municipal M’Boi Mirim, na zona sul de São Paulo, que é gerido pelo Hospital Albert Einstein.

Essa unidade, financiada pela Ambev e a Gerdau, tem 100 leitos em um espaço de 1.350 m² e foi inaugurada nesta segunda (27/4). Foram consumidos 33 dias para realizar o projeto, desde a montagem dos módulos na fábrica de Tubarão até a entrega em S.Paulo.

O valor dessa obra é de R$ 10 milhões e foi custeado pelas duas empresas. O empreendimento será incorporado à rede municipal de saúde de São Paulo.

O outro hospital que foi divulgado no último dia 24 possuirá 60 leitos e ocupará área anexa ao Hospital Independência, em Porto Alegre (RS).  O projeto, de R$ 10,4 milhões, terá investimento da Gerdau, do Hospital Moinhos de Vento, da Ipiranga e do Grupo Zaffari. Além da doação em dinheiro, a Gerdau fornecerá 400 toneladas de aço – no hospital em São Paulo a Gerdau forneceu 100 toneladas de aço. 

A previsão de entrega desse centro médico na capital gaúcha é final de maio. Posteriormente, o empreendimento será repassado à prefeitura de Porto Alegre.

Tecnologia

Ambos estabelecimentos hospitalares estão sendo construidos pela técnica de construção modular, que permite realizar obras quatro vezes mais rápido do que a execução convencional.

Após a construção dos módulos no pátio da BR3, os mesmos são levados por carretas até o local do empreendimento, onde são acoplados.  Os módulos individuais, atendendo às normas, já saem da fábrica com a parte elétrica, hidrossanitária, tubulações de ar comprimido, revestimentos internos, bacias e louças, e todo aparato necessário para uso hospitalar.

Os leitos são entregues ainda pela empresa com aparelhos de ar condicionado, mobília (camas e mesas laterais de apoio), barras de acessibilidade nos banheiros para pessoas com necessidades especiais, lâmpadas de LED, piso vinílico hospitalar, aquecedor solar para a água dos chuveiros e pintura epóxi lavável.

De acordo com especialistas no setor da construção civil, uma obra convencional utiliza cerca de 80 horas de trabalho por cada metro quadrado construído. Já na construção modular adotado pela Brasil ao Cubo, esse índice pode cair para 10 horas por metro quadrado.

A Brasil ao Cubo informa que frentes de trabalho paralelos asseguram a velocidade  de montagem das obras. Enquanto, por exemplo, uma equipe prepara a infraestrutura (radiers) para receber os módulos no local do empreendimento, outras se empenham na montagem das estruturas no parque fabril da empresa, incluindo os chassis estruturais de aço, as paredes, teto, pisos, instalações elétricas, hidráulicas e tubulações.