Fechando uma lacuna de informação no mercado de Infraestrutura e Construção, a revista O Empreiteiro lança um serviço digital que semanalmente mapeia as obras licitadas e homologadas pelos órgãos públicos das três esferas de governo, nos principais Estados — prontas para instalar canteiros e iniciar execução. O mais importante é que o “Monitor de Obras” identifica as construtoras vencedoras — possibilitando que os fornecedores de equipamentos e materiais e as empresas de Engenharia dedicadas a serviços específicos se mobilizem.

Na atualização feita pelo “Monitor de Obras” a partir de janeiro de 2020 a final de junho, foram levantadas as seguintes obras:

  • 18 obras acima de R$ 50 milhões – Valor total R$ 1.741 milhões
  • 222 obras abaixo de R$ 50 milhões a 1 milhão – Valor total de R$ 1.939 milhões
  • 303 obras abaixo de R$ 1 milhão – Valor total R$ 85 milhões
  • Total – 543 obras – Valor somado R$ 3.767 milhões

Essa amostragem não incluiu obras privadas, mas não deixa de ser significativa — porque quebra aquela impressão de “paradeira” do mercado que
se verifica com a leitura diária dos jornais, somada às notícias da pandemia. Uma luz no meio da tempestade! Essas obras são concretas, diferentes
daqueles projetos e programas anunciados com pompa para daqui a alguns anos…

Na faixa de obras acima de R$ 50 milhões, sobressaem-se o Distrito Federal com sete contratos totalizando R$ 486,6 milhões; o estado de Amazonas com quatro obras rodoviárias e de urbanização somando R$ 723,4 milhões; São Paulo com duas obras nas prefeituras de Santos e Campinas, com total de R$ 136,4 milhões; e Maranhão, Ceará, Rio de Janeiro, Bahia e Mato Grosso, com uma obra cada.

A distribuição geográfica das obras licitadas fica mais evidente no grupo de valor abaixo de R$ 50 milhões a R$ 1 milhão:

UNIDADE DA FEDERAÇÃONÚMERO DE OBRAS
ALNÚMERO DE OBRAS
AM4
BA8
CE18
DF19
GO9
MA18
MT7
MS11
MG15
PA3
PR10
PE12
RS11
SP4
SC22

Esses números deixam claro que as obras de Infraestrutura e Construção estarão na linha de frente da retomada da economia brasileira — resta
a tarefa hercúlea de encontrar recursos públicos e privados para o funding desses projetos! Nessa hora o governo nos três níveis sempre lembra de
convocar a iniciativa privada como parceira.

É um sinal positivo a disposição do governo federal em negociar investimentos adicionais em rodovias concessionadas, como Fernão Dias, ligando São
Paulo a Belo Horizonte, e a Transbrasiliana, no interior paulista, conforme afirmou o ministro de Infraestrutura, Tarcísio Freitas, em live recente
no jornal Valor. A administração Doria em São Paulo também retomou essa abordagem junto a concessionárias rodoviárias. É a via mais rápida
para iniciar novas obras, visando a impulsionar as cadeias de produção na economia.

Mas é fato que o sucesso continuado do próximo ciclo de investimentos privados em Infraestrutura depende da aprovação das reformas, do reequilíbrio
das contas públicas afetadas pela pandemia além dos seus déficits crônicos. É benvindo termos mais gestão efetiva da administração pública e menos
tiroteio político! Fazer costuma dar mais resultados do que falar.