Por que você escolheu essa profissão e área de atuação?

Escolhi ser médica aos nove anos de idade. Minha infância foi durante a epidemia de poliomielite e, na época, não havia vacina. Minhas duas irmãs contraíram a doença e eu as acompanhava no tratamento no hospital, e acredito que me familiarizei com o ambiente e nunca mais pensei em exercer outra profissão. Minhas irmãs ficaram deficientes, porém nunca foram criadas como PCD, viveram uma vida normal.

Expectativas no trabalho

Quando me formei, optei fazer saúde pública para atuar em áreas que evitassem que o ser humano precisasse ir ao hospital. Cuidar da saúde do trabalhador permite manter contato com o ser humano, contato direto com paciente, com as comunidades onde o paciente vive. Minha missão primordial é usar o conhecimento médico para ajudar as empresas a melhorar o ambiente de trabalho e incluir pessoas com deficiência, gerando condições de trabalho melhoradas e inclusivas. Quando consigo gerar um ambiente de trabalho com mais conforto e segurança, sei que posso incluir mais seres humanos com capacidades de trabalho diferentes.

Desafios superados na carreira

O maior desafio da minha carreira é a comunicação. O médico do trabalho sai do ambiente hospitalar, onde a linguagem é medica e todos se entendem e conhecem os seus papeis. Em um ambiente de construção, as pessoas pensam no trabalho e na qualidade, às vezes não enxergando a necessidade de manter a condição de trabalho segura e sadia. Dialogar com engenheiros e trabalhadores, para ouvir e entender suas necessidades de saúde e segurança, é um dos grandes desafios na minha profissão.   

Histórico de vida

Trabalhei em empresas onde fui ouvida e tive espaço para fazer melhorias, como é o caso na ICSK. Antes de trabalhar na ICSK, atuei no Polo Industrial da Bahia por 23 anos, fui médica da Petrobras e Dupont, me aposentei com 55 anos e 31 anos de carreira. Resolvi abrir horizontes, sair da zona de conforto e fui convidada por várias empresas a trabalhar em vários lugares, e acabei optando por morar no interior do Pará. Não tenho medo de mudanças, se você está vivo, você tem que usar a sua criatividade e energia para estar bem e se estimular.

Quem é a dra Joana?

Sou uma médica apaixonada pela minha especialidade, tive oportunidade de aplicar meus conhecimentos e ver resultados. Trabalho com isso há 33 anos e sou apaixonada pelo que faço, tenho o mesmo interesse e entusiasmo que eu tinha quando terminei a residência médica.