As linhas de transmissão em UHV (ultra alta voltagem) possuem longo alcance e áreas complexas e diversificadas.
Com o rápido desenvolvimento econômico e social, a rede elétrica está se tornando cada vez mais densa e o nível de tensão cada vez mais alto, o que traz grandes dificuldades para se instalar cabos condutores em linhas em construção.
As linhas de transmissão UHV são uma parte importante da rede elétrica e exigem elevados níveis de segurança. Em contrapartida, o cruzamento de linhas de ultra alta tensão em áreas montanhosas e acidentadas é ainda mais complexo. Interrupções de energia ou desligamentos nas travessias dos cabos de linhas em construção com linhas já existentes em operação (linhas vivas) podem causar perdas econômicas.
Atualmente, ao atravessar linha energizada de UHT em áreas montanhosas e acidentadas, estas podem ser feitas através de andaimes de aço ou guindaste. No entanto, devido à dificuldade de mobilizar equipamentos pesados em áreas de acesso difícil e altura excessiva do quadro de travessia, comparado com a altura estável de montagem de andaimes de aço, pode-se observar elevados riscos de segurança.
Com base nas dificuldades relatadas, encontradas durante a construção da linha de transmissão de Belo Monte Fase II ± 800kV UHV DC, a Sepco1 conduziu pesquisas em tecnologias para cruzamento de linha viva em áreas montanhosas.
Analisando os prós e os contras de diferentes tecnologias aplicadas nestes casos, optou-se no uso de veículos aéreos não tripulados ou drones como melhor alternativa ao problema apresentado.
O drone voando sobre a trilha tem as características de leveza e simplicidade, baixo risco de segurança, boa estabilidade e ampla faixa de aplicação. O lançamento de cabos com auxílio de drone se dá entre duas torres.
A chave para a implementação desta tecnologia está na rápida introdução do cabo de tração através do drone, seguido de colocação do cabo através do teleférico composto de corda Dyneema e uma série de polias duplas.
O cabo de tração primário e o teleférico são todos cabos isolados, o que garante uma operação segura das linhas cruzadas mesmo se eles caírem. O cabo condutor fica localizado no teleférico composto por polias duplas durante o processo de lançamento, e mesmo que haja uma queda, ele cairá e deslizará para dentro, mantendo a operação segura das linhas cruzadas.
Autores: Dengsheng Li, presidente; Tonglei Wang, vice-presidente e gerente de projetos e Fabricio S. Castro, gerente de engenharia – todos da Sepco1 Construções do Brasil.
Compartilhar
Compartilhar essa página com seus contatos!