Os avanços no setor de infraestrutura no Brasil nos últimos anos tornaram-se uma espécie de consenso entre os mais de 30 especialistas, de diversos setores, que participaram do evento Abdib Experience 2021 ao longo da semana passada. 

Mas as necessidades do país são tão grandes que um outro consenso também permeou as mesas de debate ao longo dos três dias de encontros, estando presente nas falas de agentes dos setores público e privado: a necessidade de avançar mais e mais rapidamente.

Os avanços apontados por todos podem ser resumidos, de alguma maneira, no Livro Azul da Infraestrutura, criado pela Abdib (Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base) e lançado durante o evento. A obra, que agora ganha um caráter dinâmico, compila todos os projetos de parceria anunciados pelos governos federal, estaduais e de capitais.

As análises a partir dos dados reunidos indicam que nunca o setor privado teve uma parcela tão grande de participação nos investimentos nacionais em infraestrutura. Mas não deixa de indicar a necessidade de avanços, especialmente ao apontar a fraqueza dos investimentos públicos nos últimos anos.

Nas mesas, ficou patente que é necessário ser mais agressivo não somente com melhores regras para que a infraestrutura não seja prejudicada pela necessidade de controle dos gastos públicos, como também nas normas necessárias para o financiamento de investimentos privados, com defesa da aprovação de marcos regulatórios como o de securitização de dívidas públicas e de debêntures de infraestrutura.

A aprovação dos marcos, contudo, foi avaliada como apenas uma etapa do processo longo e tortuoso de investimentos, como mostraram as mesas que trataram do setor de saneamento básico e os desafios para a implementação das regras recém-aprovadas pelo Congresso.

O futuro verde, com a transição energética e os novos modelos de financiamento lastreados no ESG, será na visão dos especialistas um fator essencial para o salto necessário que o setor de infraestrutura se prepara para dar no Brasil.