O antigo hospital Umberto I, conhecido como Hospital Matarazzo, localizado na Bela Vista (SP), foi construído em 1904, pelo Conde Francesco Matarazzo, e é uma das obras arquitetônicas mais emblemáticas e memoráveis da cidade, integrando parte de um conjunto de empreendimentos que foram tombados em 1986, que encerrou suas atividades em 1993 e ficou fechado por vinte anos.

Em 2011 o Groupe Allard adquiriu toda a propriedade e que somavam 7 edifícios tombados, em sua totalidade, em um terreno de aproximadamente 25.000 metros quadrados, e o visionário e empreendedor francês Alexandre Allard, líder do grupo, idealizou o projeto que transformaria para sempre todo o cenário da Avenida Paulista. O intuito era trazer total inovação e comprometimento com o meio ambiente e suas belezas, onde então, o espaço de todo o complexo seria devidamente restaurado e transformado em um verdadeiro oásis urbano. Anteriormente foi realizada uma revisão na resolução de tombamento do hospital e negociações com Condephat e o Conpresp, que permitiu que fossem feitas construções de novas edificações no local, algumas alterações, como a liberação para a demolição da antiga clínica pediátrica, o necrotério, foram aceitas, de modo que outras edificações do complexo, como a Capela Santa Luzia, os pavilhões do antigo hospital e o prédio da antiga maternidade, fossem devidamente mantidas.

Inúmeras pessoas engajadas no projeto do tão aguardado empreendimento, entre elas, o arquiteto francês Jean Nouvel e o design de interiores Philippe Starck, além de uma infinidade de empreiteiros e também projetistas.

A CRS Consórcio RFM e Sérgio Porto Engenharia realizaram toda a reforma da maternidade e construção da Torre do Complexo, enquanto que o prédio de escritórios, o estacionamento em sua volta, pela Construtora MPD, o Bloco L, pela Construtora MCDI, e as obras, em sua totalidade, estão sendo minunciosamente gerenciadas pela Tessler Engenharia.

O projeto intitulado Cidade Matarazzo, possui uma torre, de 100 metros de altura e 32 andares, e árvores plantadas também nas varandas, em sua conclusão, leva a assinatura do talentoso arquiteto francês Jean Nouvel. Além de luxuoso, conta com 15.000 metros quadrados de área verde, com uma diversidade de árvores da Mata Atlântica, restaurantes, estacionamento com mais de mil vagas, mais de cem quartos no complexo hoteleiro, Spa e salas de ginástica, o luxuoso Rosewood São Paulo, marca a entrada triunfal da rede Rosewood Hotels & Resorts na América do Sul, e será inaugurado dia 15 de dezembro. 

A capela Santa Luzia, de 1922, já foi inaugurada em 13 de novembro, após anos de restauração. Sua primeira missa foi realizada no dia 21 de novembro, às 11h30, pelo Sr. Cardeal Olídio Pedro Scherer, com a participação de poucas pessoas, e já se encontra aberta ao público, inclusive para a realização de casamentos e eventos em geral.

A complexidade e a metodologia das obras 

Tratando-se de empreendimentos históricos, tombados e de engenharia de alta complexidade, contando com residências, prédios e árvores de grande porte ao redor, toda a sua administração e engenharia até que todas as obras aflorassem para a superfície e fossem em direção aos andares sobresolos, foi realizada de forma minuciosa, única e inovadora, guiadas por parâmetros técnicos e financeiros, respeitando cada detalhe em relação a estruturação, inclusive da Capela. Todo o gerenciamento foi realizado de forma estratégica e assertiva, gerando êxito e economia e, principalmente, resultados, tanto para a construtora, como para o cliente em questão, garantindo um melhor controle de todo o projeto, dos custos, prazos e segurança, informou o engenheiro Guilherme Steinmann, do escritório Tessler Engenharia.

A obra foi realizada por fases, iniciando pela Fase I, onde foram realizadas as demolições, cumprimento do TCA, supressão, transplantes e reposição de mudas de árvores para a cidade, criação de toda a logística, áreas de vivências e a rua interna, para que não houvesse incômodo, ou o menor possível para os moradores da região, adotava-se todo o tipo de tecnologia que contribuía para que houvesse menos emissão de ruídos e resíduos. Os aços foram todos cortados e dobrados fora do local das obras, em relação às formas, uma porcentagem mínima foi feita no local, e o concreto usado foi auto adensável, evitando o uso do vibrador, os resíduos sempre controlados e descartados de forma correta.

Nas obras da Fase II foram realizadas as fundações e as contenções da Torre. Ainda sem construtora, porém com empreiteiros de grande engenharia, que é comum nas boas empresas de fundação e contenção do mercado, e o apoio e controle feito entre a gerenciadora e o cliente, para que fosse repassado em seguida, para a construtora.

“Realizar os reforços da maternidade e as obras de fundação da Capela e suas escavações adjacentes foram as fases mais difíceis” – Guilherme Steinmann.

Nestas fases as equipes precisavam do projeto, porém, antes que o projeto fosse executado, era necessário que as equipes verificassem tudo o que existia, justamente por se tratar de uma construção já existente e antiga. Foi preciso um estudo apuradíssimo para que finalmente fosse realizado o projeto. Inúmeros testes e inspeções de todos os tipos foram feitas em todos os elementos e estruturas, para que absolutamente nada saísse do controle. 

As obras da Torre, no momento, já estavam sendo executadas pelo consórcio. Sua estrutura foi construída com uma particularidade única no Brasil, utilizando concreto auto adensável, pigmentado, cujo traço foi muito experimentado, com  vários protótipos para chegar no seu nível atual.

O prédio, é “puro” vidro e concreto, não há um apartamento ou terraço tipo, e suas fundações contam com estudos em relação a recalque, extremamente rígidos, para que não houvesse nenhum tipo de deformação ou quebra dos vidros, estes também com tecnologias atuais, nos quesitos térmicos e de resistência sem contar com as Brises e o paisagismo, que são espetaculares.

Na Fase III, também foi realizado a contenção e escavação do estacionamento e do prédio de escritórios, passando após para a construtora. 

A construção do prédio de escritórios conta também com “puro” concreto, vidro e “lianas”, que são estruturas de concreto especial que simulam raízes, o prédio tem o exuberante centro de convenções, que suporta toda a estrutura, e as colunas vem do oitavo subsolo que sustentaria o prédio de escritórios, e são interrompidas por este maravilhoso salão de eventos.

Os acabamentos em sua maioria são feitos com muita marcenaria, mármore e artes, com restaurações fiéis às arquiteturas originais, em alguns trechos sendo inclusive necessário a realização de anastilose de piso, como no caso do saguão principal da maternidade, que permaneceu original à antiga, assim bem como a sua volumetria, onde foram construídos os quartos, áreas nobres e restaurantes, realizando as adequações de abertura de vãos, reforços e novos elementos estruturais, sempre com as mais novas soluções e com um apoio técnico do mais alto escalão.

A Tessler Engenharia, juntamente com o cliente, gerenciou milhares de contratos, com 4 grandes construtoras, para que a obra chegasse ao resultado final desta fase. E, todas as obras que fazem parte do Complexo Matarazzo estão previstas para conclusão em 2022 e 2023.