Quando aceitei o convite dos prefeitos Bruno Covas e Ricardo Nunes para comandar a secretaria de Obras da maior cidade brasileira, recebi o desafio de promover entregas para os paulistanos.


Além de concluir obras, hoje, a Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras (SIURB) trabalha para melhorar a saúde, educação, mobilidade e qualidade de vida dos mais de 12 milhões de moradores da capital.


Dentro do Programa de Metas 2021-2024, a SIURB é diretamente responsável pelas metas 30 e 35, que compreendem a construção de 14 novos reservatórios para contenção de cheias e a realização de 160 obras de recuperação ou reforço em Obras de Arte Especiais, respectivamente.


Além do Programa de Metas, a SIURB, atua como secretaria meio, atendendo as demandas de obras das outras secretarias da Prefeitura de São Paulo. Através dos departamentos de Manutenção e Edificações a secretaria executa obras de novos equipamentos municipais, como escolas, creches e hospitais, além de trabalhar na manutenção
desses edifícios. Outra importante ação da SIURB é a canalização de córregos e implantação de galerias de águas subterrâneas.


Na secretaria, contamos ainda com o auxílio da SPObras, uma empresa focada no gerenciamento de obras e projetos que está diretamente ligada à SIURB.

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Atualmente, a SPObras está à frente de importantes ações como as concessões das paradas de ônibus e relógios de rua, implantação das unidades do Descomplica SP, gerenciamento do Programa de Recuperação de Pontes e Viadutos e também das obras do Autódromo de Interlagos.


Como citei anteriormente, trabalhamos hoje na SIURB para melhorar a qualidade de vida dos paulistanos. Sem dúvida, o trânsito da cidade é uma das questões que mais afligem os cidadãos, aumentando distâncias (física e socialmente), consumindo o tempo que poderia ser gasto com lazer ou com a família e desgastando a nossa saúde, quando passamos horas na rua expostos aos poluentes emitidos pelos veículos. Pensando nisso, estamos desenvolvendo algumas ações
relacionadas ao sistema viário da cidade e ao transporte coletivo.


Dentre elas, destaco o projeto do corredor de ônibus BRT Aricanduva. Localizado na Zona Leste de São Paulo, o BRT Aricanduva foi proposto ainda em 2015, quando a prefeitura apresentou o Plano de Mobilidade Urbana, que contemplava a expansão das faixas de ônibus (exclusivas ou segregadas), ciclovias e corredores de transporte rápido por ônibus (Bus Rapid Transit – BRT).


Através de uma parceria com a Secretaria de Mobilidade e Trânsito (SMT), o projeto do BRT Aricanduva começa a sair do papel. Com a expertise dos técnicos da Secretaria de Mobilidade, foi possível dar forma a essa via que será de fundamental importância para a rede de transporte público de São Paulo. O trabalho intersecretarial entre a
SIURB e a SMT está presente também em outros projetos de mobilidade urbana.


O PROJETO
Com a implantação do BRT Aricanduva, vamos levar um serviço de ônibus de alta qualidade para o extremo leste da cidade. Mais do que uma grande obra de infraestrutura, acreditamos que o projeto tem a capacidade de reduzir as desigualdades sociais, facilitando o acesso da população às áreas centrais da cidade, onde estão concentradas, majoritariamente, as oportunidades de emprego.


O projeto proposto visa também a acessibilidade universal, garantindo que as normas de acessibilidade sejam seguidas em toda extensão do corredor. Por ser uma via segregada e exclusiva para os ônibus, haverá menos interferências no trajeto, o que diminuirá o tempo da viagem consideravelmente.


Projetado como um BRT, o corredor será uma via exclusiva para os ônibus, segregada fisicamente das demais. O modelo foi escolhido por ser um sistema moderno de transporte de massa, com alta capacidade, mas com custo e tempo de construção menor do que osbmodais sobre trilhos, como trem e metrô. A obra será um importante incremento no sistema viário da Zona Leste, visto que a Avenida Aricanduva está inserida no anel viário metropolitano e facilita a interligação
com a região sudeste do município.


Passando pelos bairros do Carrão, Vila Matilde, Aricanduva, Cidade Líder, São Mateus, Parque do Carmo, São Rafael, Iguatemi, José Bonifácio e Cidade Tiradentes, 1,25 milhão de paulistanos serão diretamente beneficiados.


IMPACTO SOCIOAMBIENTAL
Durante as fases de planejamento, implantação e operação do BRT Aricanduva, temos o compromisso de incentivar políticas públicas que visem a promoção da cidadania e a garantia de direitos. Trabalhando em conjunto com a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC), vamos promover a divulgação de políticas públicas
voltadas às mulheres e à população LGBTI.


Como poder público, vamos identificar oportunidades de trabalho e implementar medidas de segurança voltadas para os públicos específicos.

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Além da divulgação de ações e projetos institucionais.


A OBRA
O corredor terá aproximadamente 14 km de extensão. Seu início será na Radial Leste (Avenida Conde de Frontin), seguindo por toda Avenida Aricanduva e Avenida Ragueb Chohfi. De acordo com o projeto, o BRT irá terminar na Praça Felisberto Fernandes da Silva, importante centro comercial da Zona Leste. Para otimizar o tráfego dos veículos, os semáforos instalados no corredor serão inteligentes.


As faixas por onde circulam os ônibus serão executadas em pavimento rígido, material mais resistente e indicado para suportar o tráfego intenso. O corredor terá 22 estações em cada sentido, sendo que todas contarão com sistema de coleta de tarifa, máquina de venda de bilhetes, câmeras de segurança, portas automatizadas, painéis de informações para os passageiros e, em alguns casos, estacionamento para bicicletas.


Para facilitar o embarque e desembarque dos passageiros, as estações terão o piso elevado em relação à pista. A acessibilidade universal dos usuários estará garantida em todo BRT Aricanduva.


As pistas do corredor (sentido bairro e sentido centro) serão separadas pelo canal do Córrego Aricanduva. Todas as calçadas passarão por revisão, ganhando novo paisagismo e arborização.


A obra será executada aproveitando-se ao máximo o viário existente. Desse modo, reduzimos a necessidade de desapropriações.



No total, 4,9 mil m² serão desapropriados. Essas áreas estão distribuídas em faixas que variam de 1 a 2 metros de largura nos cruzamentos ao longo do corredor. Na parte ambiental, o projeto é desenvolvido de modo que não haja diminuição da área permeável.


Além disso, 0,5% do valor total da obra será investido em plantio de mudas e melhorias no perímetro do Parque do Carmo,
em Itaquera.

CENTRO DE CONTROLE OPERACIONAL (COP)
Para monitorar e ordenar a operação do sistema de transporte público na cidade, o projeto contempla também a implantação de um Centro de Controle Operacional (COP). Com tecnologias de ponta, a previsão é que o COP seja construído no complexo de escritórios da SPTrans, localizado na Rua Santa Rita, no bairro do Pari.


No COP, os técnicos da Secretaria de Mobilidade e Trânsito terão à disposição um Centro de Gestão para interpretação e integração dos mais diversos dados sobre o sistema de transporte público da cidade de São Paulo. Haverá também um sistema com sensores para mensurar, 24 horas por dia, a real situação da mobilidade na capital.


FINANCIAMENTO E DESENVOLVIMENTO DOS PROJETOS
Para financiar uma intervenção de infraestrutura de tamanha importância, a SIURB buscou um parceiro à altura. Em novembro de 2018, apresentamos a ideia do BRT Aricanduva para o Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD). O financiamento do projeto foi aprovado pelo banco em abril de 2020 e, em novembro
deste ano, todas as tratativas estarão finalizadas.


Os projetos executivos do novo corredor de ônibus já estão em desenvolvimento, o contrato foi assinado em julho. Com recursos próprios, a prefeitura está investindo R$ 12,1 milhões nos projetos, que contam com o gerenciamento da SPObras. No próximo ano, com os estudos 100% concluídos, as obras poderão ser licitadas. No total, serão
investidos US$ 121,25 milhões, sendo US$ 97 milhões correspondentes ao financiamento do BIRD e outros US$ 24,25 milhões como contrapartida da Prefeitura de São Paulo (o custeio dos projetos não está incluso no financiamento do BIRD).

*Marcos Monteiro, Secretário Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras de São Paulo