Com um investimento de R$ 512 milhões, a chinesa LongPing High-Tech, multinacional de sementes, prevê concluir suas obras em todas as unidades industriais até o final deste mês de setembro. A multinacional de sementes com sede em Cravinhos (SP), divulgou que prevê quintuplicar sua capacidade de produção, passando de 4 milhões para 20 milhões de sacos. Essa expansão será concretizada após a ampliação da capacidade da unidade localizada em Paracatu (MG), que está ganhando uma nova planta de beneficiamento, e a construção de uma fábrica em Primavera do Leste (MT), que começou do zero.
Ambas terão capacidade anual de 9 milhões de sacos de 60 mil sementes.
O objetivo é assumir a liderança no mercado de sementes de milho.
“Já estávamos com uma demanda reprimida para atender todos os clientes. Tanto que temos parcerias com terceiros para produzir o volume necessário. O Brasil caminha para uma área plantada de 30 milhões de hectares de milho e a expansão vai ocorrer em Mato Grosso e no Nordeste. Por isso, estamos investindo forte no Mato Grosso para atender o Centro-Oeste, Maranhão, Piauí, Tocantins e Pará”, explicou o presidente da LongPing, o catarinense Aldenir Sgarbossa.
Ele afirma que a LongPing, uma das mais de 2.
000 empresas pertencentes ao conglomerado econômico da China Citic Group, tem pressa. “Vamos crescer 10 anos em um ano e meio, usando a filosofia chinesa de redução de desperdício, maximização de processos, ganho de fluxo e investimento em pessoas.
”
Globalização
A partir de Cravinhos, a companhia pretende expandir a venda de sementes para outros países. A pioneira Yuan LongPing High-Tech Agriculture, líder mundial de mercado em híbridos de arroz, passa a atender os clientes apenas dentro da China. A LongPing brasileira iniciou sua internacionalização na metade de 2021 e já possui centro de pesquisas e trabalho de adaptação dos híbridos de milho nos Estados Unidos, na própria China, Paraguai, Argentina e Chile. No Paraguai, as vendas de sementes de milho começam este ano. Na sequência, deve ser aberto o mercado norte-americano.
Além das Américas, o projeto de expansão tem como alvo os mercados da Tanzânia e Gana, na África. “Queremos levar para esses países a expertise da LongPing em sementes de milho e também soja. Lá as condições climáticas, temperatura e altitude são semelhantes às brasileiras e bem favoráveis para o desenvolvimento da agricultura. Queremos ser facilitadores desse processo, ensiná-los a plantar e produzir grãos para que no futuro também sejam fornecedores da China”, afirma Sgarbossa.
Paralelo aos investimentos em pesquisas e nas estruturas físicas para elevar a produção, a LongPing, que hoje paga royalties pelo uso da biotecnologia de terceiros (Corteva, Bayer e Syngenta), também investe no desenvolvimento de seus próprios traits e na atração de startups chinesas focadas em inovações na área agrícola para desenvolver soluções dentro de suas unidades no Brasil no programa Parque de Ciência Agrícola Brasil-China, lançado há menos de um mês.
A primeira a chegar foi a AEvision, empresa chinesa de drones inteligentes totalmente autônomos. Os equipamentos com tecnologia de detecção de ambiente binocular e bico de pulverização de névoa já estão sendo testados na sede em Cravinhos.
Obras
As obras de expansão mais expressivas da empresa ocorrem em Paracatu, cidade mineira que já tem a maior estrutura entre as unidades da LongPing e vai receber mais prédios de beneficiamento de sementes de milho, tratamento industrial, ensaque de big bag e câmaras frias. Outra planta de beneficiamento está em construção em Primavera do Leste (MT), visando atender aos produtores do Centro-Oeste e do norte e nordeste do país.
As unidades em Araguari (MG), Jardinópolis (SP), Sorriso (MT) e Rolândia (PR) também estão em obras, assim como a sede em Cravinhos, que vai receber um prédio de escritórios de três andares, além de quadras e estruturas para o lazer dos funcionários. Em todas as unidades estão sendo instalados painéis fotovoltaicos, que vão produzir 13 GWh de energia elétrica, que será 100% aproveitada.
A LongPing chegou ao Brasil em dezembro de 2017 como terceiro maior player de sementes híbridas de milho, com a compra por cerca de US$ 1,1 bilhão da operação de sementes da Dow AgroSciences Sementes e Biotecnologia Brasil. Nos dois primeiros anos, investiu R$ 140 milhões.
Passou de três estações de pesquisa em 2018 para sete no ano passado e neste ano agrega as unidades internacionais.
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