Sócia da Eurofarma na Orygen, uma das “superfarmacêuticas” idealizadas pelo governo federal para a produção nacional de biossimilares, e, ainda, dona de um centro de pesquisas no Canadá, a Biolab, está em busca de expansão no mercado internacional, mas, também, vem investindo no Brasil.  

A farmacêutica está com a construção de uma unidade em Pouso Alegre (MG), cujo orçamento inicial era de R$ 500 milhões, e agora deve chegar a R$ 1 bilhão. A nova fábrica anunciada em 2017 já está em operação, mas só prevê produção efetiva de medicamentos no segundo semestre de 2024. Segundo o presidente e sócio da Biolab, Cleiton de Castro Marques, em entrevista ao jornal Valor Econômico, os investimentos dobraram devido o aumento nos preços dos materiais e equipamentos. “Além do aumento de custos com infraestrutura mesmo, com aço e cimento, os equipamentos ficaram mais caros”, contou Marques.

O complexo industrial em Pouso Alegre ocupa área total de 80.000 m², deve gerar mais de 1.000 empregos diretos e será responsável pela produção de mais de 200 milhões de unidades por ano, duplicando a capacidade fabril atual do laboratório.

Além do atendimento à legislação brasileira, o novo complexo industrial da Biolab seguirá as normas da FDA (Food and Drug Administration) e EMA (European Medicines Agency), bem como terá certificação de fábrica verde. A unidade está localizada às margens da Rodovia Fernão Dias, no bairro do Algodão

Visando mercado exterior

Segundo o presidente e sócio da Biolab, Cleiton de Castro Marques, em janeiro deste ano, seis meses depois de comprar o laboratório canadense Exzell Pharma, dono de marcas como Swiss Naturals e Salinex, a Biolab garantiu o registro do Vonau Flash (ondansetrona), medicamento inovador contra náusea e vômito de dissolução oral quase imediata, na Arábia Saudita. Com isso, abriu caminho para vender o remédio, que no mercado árabe levará a marca Mundell, aos 22 países da Liga Árabe.

A empresa já exportava o Vonau para Equador e Colômbia e fornecia outro produto, o Encrise (vasopressina), usado no tratamento do choque séptico, à Arábia Saudita. O próximo passo é levar o Encrise para países da América Central, México, onde a distribuição deve ser feita por outra farmacêutica brasileira, a Eurofarma, e Canadá. “Estamos buscando a aprovação para diferentes produtos no Canadá”, disse Marques, afirmando que a estratégia é chegar a países de moeda forte, como Estados Unidos.

No Canadá, a empresa já está instalada desde 2017 com um centro próprio de pesquisa, desenvolvimento e inovação. Ali, todos os dossiês já são preparados conforme as exigências da Food and Drug Administration (FDA).

A Biolab, que no ano passado faturou R$ 2,5 bilhões, tem atuação diversificada, incluindo mercado PET, e ainda encontra no portfólio de cardiologia quase 50% de suas receitas. Com 45 lançamentos no ano passado, tem em portfólio 425 medicamentos de marca e genéricos, incluindo as diversas apresentações, e 81 itens na linha veterinária (Avert).