O forte calor dos últimos dias, consequentemente, faz com que mais ventiladores e ares-condicionados sejam ligados, aumentando ainda mais o consumo de energia no país. Prova disso, é que na última terça-feira, dia 14, quatro capitais registraram temperaturas acima dos 39º C, ocasionando um novo recorde de demanda por energia elétrica no Brasil: o consumo ultrapassou 101 mil megawatts naquela tarde, segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Devido a essa alta demanda, a Eneva teve que acionar todo o parque térmico do Complexo Parnaíba e ligar também as usinas a carvão, o que não ocorria há dois anos.
“As fontes renováveis e as hidrelétricas não dão conta da alta demanda com a onda de calor. As termelétricas foram chamadas para manter a segurança energética”, disse o diretor financeiro da companhia, Marcelo Habibe, em entrevista publicada no jornal Valor Econômico.
Segundo Habibe, parte do parque térmico já vinha sendo ligada desde outubro por algumas horas.
No dia 14, foi necessário, por ordem do ONS, acionar o complexo por completo conforme a demanda.
De acordo com o diretor da Eneva, o cenário permitiu quebrar o paradigma sobre a necessidade de manter as geradoras a gás e a carvão: “Uma simples combinação de muita demanda com o fato de renováveis e hídricas não darem conta resulta no acionamento das termelétricas.”
Habibe diz que o efeito financeiro depende do tempo em que as térmicas e usinas a carvão ficarão ligadas. “É uma boa notícia para a companhia porque as térmicas da Eneva são as primeiras a serem ligadas pelo baixo custo. O momento mostra a necessidade da existência dessas fontes, para a segurança de que o país não viverá um apagão.”
Sobre seu desempenho, a Eneva divulgou o resultado do terceiro trimestre com perdas pela variação cambial do contrato de um navio em Sergipe, a companhia teve prejuízo de R$ 86,9 milhões. “Como o trimestre foi morno, sem tantos destaques positivos como víamos anteriormente, o evento da variação cambial do contrato do navio refletiu no prejuízo.”
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) cresceu 49,3% entre julho a setembro, para R$ 891,7 milhões. O crescimento reflete a redução das despesas, aumento da disponibilidade da termelétrica Jaguatirica II e a entrada em operação comercial do Complexo Solar Futura I, em maio.
Eneva atingiu R$ 2,4 bilhões, alta de 39,7% na comparação anual.
A dívida líquida atingiu R$ 16 bilhões entre julho e setembro, alta de 182,3%. Segundo Habibe, o endividamento se explica pelas aquisições do Complexo Solar Futura – em Juazeiro (BA) -, da Centrais Elétricas de Sergipe (Celse) e da Central Geradora Termelétrica Fortaleza.
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