Do pacote de investimentos de R$ 3,5 bilhões previsto para os próximos três anos, a Coamo Agroindustrial reservou R$ 1,67 bilhão para aplicar na sua primeira usina de etanol de milho. A unidade será construída em Campo Mourão (PR), onde está a sede da cooperativa.

A usina terá capacidade de processamento de 1,7 mil toneladas de milho por dia, gerando cerca de 250 milhões de litros de etanol ao ano.

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Além disso, a cooperativa utilizará lenha de reflorestamento para produção de energia. Com potência estimada de 30 MW, a unidade de cogeração atenderá além da usina de etanol as demais indústrias do parque local. Na mesma região, a Coamo tem diversas plantas industriais.

Segundo a cooperativa, a ideia da usina de etanol é ampliar a verticalização do milho para agregar valor e renda aos seus associados.

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Atualmente, a Coamo utiliza apenas 2% do milho que recebe para produção de ração e o restante é comercializado em grão.
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A expectativa é que 20% do milho recebido dos cooperados torne-se biocombustível. A cooperativa já industrializa de 40% a 45% da soja recebida dos produtores e a industrialização do trigo varia entre 30% e 35%.

O investimento da Coamo na produção de etanol do milho acontece em um momento de expansão do setor. Dados recentes da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) mostram que 18 de cada 100 litros de etanol produzidos no País vêm do milho. Dados da União Nacional do Etanol de Milho (Unem) corroboram esses números. Ela estima em 6 bilhões de litros de etanol produzidos a partir do milho na safra 2023/2024, o que representa 19% de todo o etanol consumido no Brasil.

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Nos últimos cinco anos, a produção do etanol à base de milho aumentou em 800%, passando de 520 milhões de litros, na safra 2017/18, para 4,5 bilhões na safra 2022/23, de acordo com dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Desde 2018, foram investidos mais de R$ 15 bilhões no parque industrial de etanol de milho em usinas full e flex (que processam cana e milho), segundo a Unem.

O Centro-Oeste domina esse nicho: das 18 usinas de etanol de milho em operação, 16 estão na região, sendo 10 no Mato Grosso. Outras 9 usinas estão em construção ou em fase de ampliação no Estado. Já o Paraná abriga uma usina de etanol flex, que é operada pela Cooperativa Agroindustrial Vale do Ivaí, em Jandaia do Sul.

A Coamo foi fundada em 1970 e a agroindustrialização começou em 1975 com a implantação do moinho de trigo. Seis anos mais tarde, entrou em funcionamento a primeira indústria de processamento de óleo de soja. Ao longo dos anos, vieram fiação de algodão, processamento de soja, refinaria de óleo de soja, indústria de hidrogenação, fábrica de margarina e gordura vegetal, torrefação e moagem de café e novo moinho de trigo. Cerca de 25% do faturamento da Coamo está na industrialização.

Atualmente, a cooperativa agrega 114 unidades produtivas espalhadas em 74 municípios do Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do sul. Tem capacidade de armazenagem de 7 milhões de toneladas e seus produtos são comercializados nos mercados interno e externo. Tem 31 mil associados e fatura R$ 30 bilhões por ano.