Quatro municípios do Alto Tietê já começam a ser beneficiados pelo Programa IntegraTietê. Isso porque o Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) iniciou o desassoreamento de 44,2 quilômetros do Rio Tietê, na segunda-feira, dia 18, abrangendo as cidades de Itaquaquecetuba, Mogi das Cruzes, Poá e Suzano. A ação faz parte do Programa IntegraTietê, da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil) e deve beneficiar cerca de 1,2 milhão de habitantes na região. 

Somente para o desassoreamento, serão investidos mais de R$ 132 milhões para a execução dos serviços ao longo dos próximos 30 meses. O lote 4, que corresponde a um trecho que vai do córrego Três Pontes, na divisa entre São Paulo e Poá, até o Córrego Ipiranga, em Mogi das Cruzes, não recebe este tipo de serviço há mais de três anos.

A ação visa promover a desobstrução de cursos d’água e melhorar as condições ambientais ao longo dessas áreas específicas e está dividido em três trechos para otimizar a eficácia das operações de remoção de sedimentos e vegetação aquática em diferentes áreas.

O primeiro trecho, abrangendo 16 km entre a foz do Córrego Três Pontes e a divisa dos municípios de Itaquaquecetuba e Poá, visa retirar aproximadamente 353 mil m³ de sedimentos e 11,5 t de vegetação aquática. Já um segundo trecho, com 14,9 km, estende-se da divisa de Itaquaquecetuba e Poá até o Ribeirão Taiaçupeba-Mirim, em Suzano, com a remoção prevista de cerca de 315 mil m³ de sedimentos e 7,2 t de vegetação aquática.

Por fim, o último trecho, de 13,3 km, vai da foz do Ribeirão Taiaçupeba-Mirim, em Suzano, ao Córrego Ipiranga, em Mogi das Cruzes, com a remoção planejada de aproximadamente 282 mil m³ de sedimentos (equivalente a 16,6 mil caminhões basculantes de 17m³ cada).

Para a Secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, Natália Resende, os trabalhos de desassoreamento são essenciais para manter o escoamento das águas do Rio Tietê em pontos estratégicos. “A ação fortalece as medidas preventivas de combate às enchentes, o que nos traz resiliência em períodos de chuvas intensas”, explica.

Atualmente o DAEE realiza a limpeza e desassoreamento de 54 kmdo Rio Tietê em pontos estratégicos entre a Barragem Móvel “Cebolão” e a Barragem Edgar de Souza, em Santana do Parnaíba e no trecho entre a Barragem da Penha e a Ponte José Ermírio de Moraes (antiga ponte da Nitroquímica), na capital. A ação tem um investimento de R$ 183,2 milhões. Outros R$ 106 milhões serão investidos no início de 2024 para o desassoreamento do Rio Tietê no trecho de 11,7 km, que vai da foz do Córrego Três Pontes – na divisa de São Paulo e Itaquaquecetuba- até a ponte da Nitroquímica. 

Programa IntegraTietê

Anunciado em março deste ano pela Semil, o programa IntegraTietê é uma iniciativa que prevê uma série de medidas de curto, médio e longo prazo em prol do maior rio do Estado. A previsão é que, até 2026, sejam investidos R$ 5,6 bilhões na ampliação da rede de saneamento básico, desassoreamento, gestão de pôlderes, melhorias no monitoramento da qualidade da água, recuperação de fauna e flora, entre outras medidas.

A partir de 2025, as obras que hoje são realizadas pelo DAEE deverão passar à iniciativa privada por meio de concessão administrativa, que permitirá a prestação dos serviços de desassoreamento nos 205 km do Alto Tietê com mais eficiência, beneficiando os 39 municípios com a redução dos impactos das chuvas a longo prazo.

Sabesp no programa

Para tocar as intervenções de saneamento, a Sabesp é quem será a responsável. Até 2026, a meta é implantar 590 km de interceptores e coletores-tronco e 6 mil km de redes coletoras na Região Metropolitana de São Paulo, além de ampliar a capacidade e modernizar as Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) Barueri, ABC, Parque Novo Mundo, São Miguel e Suzano.

As ETEs serão reformuladas. O objetivo é transformar as estações em recuperadoras de matéria-prima por meio de beneficiamento do lodo e do gás gerado no processo, além da instalação de usinas fotovoltaicas. 
Paula Violante, diretora de Engenharia e Inovação da Sabesp, apresentou sobre as intervenções previstas no Rio Tietê, que será no modelo do Programa Novo Rio Pinheiros, e o planejamento de obras em andamento na região metropolitana de São Paulo, durante o Fórum Infra 2025, realizado em setembro pela Revista O Empreiteiro. A apresentação completa pode ser conferida no Youtube neste  link.