Em reunião com o governador do Pará, Helder Barbalho, representantes de grupos Mafra e CMAA, que formam a Grão Pará Bioenergia, anunciaram, no último dia 22, investimento de mais de R$ 2 bilhões até 2029 na construção de uma refinaria de biocombustíveis. A indústria de etanol de milho deverá ser instalada no município de Redenção, sudeste paraense. Com previsão de iniciar a produção em 18 meses, o projeto se destaca pela aposta em práticas agrícolas e energéticas mais limpas, prometendo tornar o Estado uma referência nacional na produção de biocombustíveis.
O investimento de R$ 2 bilhões promete dinamizar a economia local. De acordo com o governo do Pará, o projeto prevê a geração de 600 diretos e 3 mil empregos indiretos, além de fomentar a produção agrícola e florestal na região. A indústria irá utilizar o milho e outros grãos como matéria-prima básica para a produção de etanol, que é considerado uma fonte de energia renovável e menos poluente do que os combustíveis fósseis.
A previsão é de que a industrialização seja iniciada em 18 meses, aproveitando a segunda safra de 2025 do milho. A usina demandará mais de 1,5 milhão de toneladas de milho anualmente, incentivando os agricultores locais a expandir as áreas plantadas e melhorar a produtividade.
Os empresários envolvidos no empreendimento da CMAA e da Mafra destacaram as vantagens competitivas do Pará com a nova indústria de etanol de milho. O Brasil é, atualmente, o segundo maior produtor global de etanol, atrás dos Estados Unidos. Na safra 2022/23, o volume produzido atingiu 31,2 bilhões de litros.
A expectativa é que a produção regional contribua significativamente para a demanda local e regional. Os representantes do projeto ainda enfatizaram o compromisso com práticas sustentáveis, visando a oferta de biocombustíveis de forma equilibrada.
“Acreditamos muito no potencial da agricultura sustentável no estado do Pará. O Pará se tornará uma grande fronteira de produção agrícola e pecuária sustentável do Brasil. Entendemos que a oferta de milho, que é a principal matéria prima de nossa indústria, vai ser cada vez mais abundante na região”, afirmou Carlos Mafra Júnior, do Grupo Mafra.
“São muito importantes essas iniciativas no estado do Pará, como a da viabilização do biocombustível fruto do milho.
Isso é fundamental para nós, como tivemos há 15 dias o início da operação de energia a gás, além da biomassa, já que poderão proporcionar nova matriz energética para o nosso estado”, destacou o governador.
Energia renovável
O etanol de milho é uma fonte de energia renovável que não depende de recursos finitos. O etanol de milho pode substituir parte da demanda de gasolina e contribuir para a redução da dependência externa de combustíveis fósseis. Além disso, o etanol de milho pode ser utilizado em motores flex, que são comuns no Brasil, e em veículos elétricos híbridos, que são uma tendência mundial.
O projeto deverá fomentar a produção agrícola regional, principalmente o milho, que é a principal matéria-prima para a produção do etanol.
De acordo com o governo do Pará, a soja também será beneficiada, pois é uma cultura que se alterna bem com o milho, aproveitando a mesma área e os mesmos insumos. A soja poderá ser utilizada para a produção de biodiesel, outro biocombustível que pode ser produzido na refinaria.
O cultivo de floresta de eucalipto será promovido pelo projeto, que fornecerá a biomassa necessária para a geração de vapor e energia elétrica na refinaria. A biomassa é uma fonte de energia renovável e limpa, que aproveita os resíduos da madeira e reduz o consumo de combustíveis fósseis. O cultivo de eucalipto também traz benefícios ambientais, como a recuperação de áreas degradadas, a proteção do solo, a conservação da água, sequestro de carbono, etc.
O projeto também oferecerá um serviço de engorda de bovinos para pecuaristas parceiros, que poderão utilizar a estrutura da refinaria para confinar os seus animais. O sistema de engorda de bovino, conhecido como boitel, consiste em alimentar os animais com uma dieta balanceada e rica em proteína, que aumenta o seu peso e a sua qualidade. O principal insumo para o confinamento de bovinos é o DDG, que é um produto da produção de etanol de milho – DDGs (dry distillers grains), grãos secos de destilaria.
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