Do pacote de R$ 30 bilhões de investimentos revelado em março pela Stellantis para o Brasil entre 2025 e 2030, a maior parte vai para a fábrica de Betim (MG), R$ 14 bilhões, conforme anunciou a empresa nesta semana. Antes a companhia havia informado que R$ 13 bilhões iriam para sua unidade em Goiana (PE). Os R$ 3 bilhões restantes devem ser aportados na fábrica de Porto Real (RJ).
De acordo com o departamento de comunicação da empresa, ainda não é possível revelar quanto do montante dos recursos será revertido para os diferentes setores: centro de desenvolvimento de produtos, tecnologia, marketing, estações de trabalho e instalações. Mas é provável que a renovação das linhas exigirá ampliação ou remodelação física das unidades, com novos galpões e áreas industriais.
Entre 2025 e 2030, o ciclo de investimentos da Stellantis para a América do Sul atinge R$ 32 bilhões, considerado recorde não apenas para o Brasil mas para toda a indústria automotiva da região.
Segundo a Stellantis, o montante impulsionará o lançamento de 40 produtos e oito powertrains, bem como o desenvolvimento das novas tecnologias Bio-Hybrid, voltada à descarbonização da cadeia de suprimentos automotivos. O primeiro híbrido do grupo Stellantis está previsto para ser lançado no segundo semestre.
Uma nova linha amplia a capacidade de produção do Polo Automotivo de Betim para 1,1 milhão de propulsores por ano, e foi planejada para produzir motores flex de alta eficiência, baixas emissões e que serão associados às tecnologias de hibridização, “consolidando o Brasil como hub de referência global no desenvolvimento de powertrains e da tecnologia Bio-Hybrid”, diz a empresa, em comunicado. Para essa implantação foram investidos R$ 454 milhões.
A fábrica de Betim nasceu como Fiat há quase 50 anos e alterou o perfil da região, até então essencialmente agrícola. Como é comum acontecer com a indústria automobilística, ela se tornou polo de atração de fabricantes de autopeças para o seu entorno. Com a expansão anunciada é provável que novas empresas se instalem em Betim.
Essa lógica também deve ser aplicada às instalações da fábrica de Goiana, onde são feitos os veículos das marcas Jeep e Ram, além da picape Fiat Toro, que também receberá parte significativa dos recursos. Novos fornecedores devem se instalar no entorno da unidade – a estimativa da empresa é de que cheguem a 100 empresas, hoje são cerca de 40 –, de onde sairão os primeiros veículos híbridos a etanol que a montadora vai produzir no Brasil ainda neste ano. Para a fábrica em si não está prevista expansão industrial, uma vez que o investimento será focado no desenvolvimento dos modelos híbridos e renovação das linhas de veículos.
Já para a unidade de Porto Real (RJ), onde são montados os veículos da Peugeot e Citroën, devem ser revertidos os R$ 3 bilhões restantes. O anúncio deverá ser feito no dia 27 de maio, conforme revelou a empresa em comunicado: “A fábrica, localizada na região sul fluminense, é – e continuará sendo – estratégica para os planos de desenvolvimento, industrialização e exportação da Stellantis no Brasil e região. Isto vale para todo o polo industrial, incluindo a planta de motores, que seguirá com a produção”.
Stellantis é uma das principais fabricantes de automóveis do mundo, com portfólio que inclui marcas tradicionais como Fiat, Peugeot, Citroën, Alfa Romeo, Jeep, Dodge e Chrysler, bem como Opel, Vauxhall, Ram, Maserati, Lancia, Abarth e DS Automobiles. Em seu plano estratégico está a meta de se tornar uma empresa emissões zero de carbono até 2038.
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