Siemens Energy e Eletrobras fecharam contrato de R$ 300 milhões que envolve a
modernização e a revitalização dos ativos de transmissão da empresa geradora e
transmissora de energia elétrica em diferentes partes do País. Boa parte dos ativos incluídos
no acordo está chegando ao fim da sua vida útil.


Conforme o cronograma da Eletrobras, as entregas começam ainda neste ano e vão até o
fim de 2026. Entre os projetos contemplados, está a modernização da subestação Grajaú,
responsável por aproximadamente 40% do abastecimento de energia da cidade do Rio de
Janeiro. No Nordeste, a Siemens fornecerá novos bancos série de compensação reativa
(FSC), para a linha de Imperatriz, no Maranhão, visando garantir maior estabilidade ao
sistema elétrico, além de aumentar a capacidade de transmissão.


Já nos Estados do Maranhão, Pará, Mato Grosso e Rondônia, a fabricante alemã instalará
novos disjuntores para a proteção dos ativos de alta tensão. No linhão do Madeira, ela
fornecerá um sistema de monitoramento on-line de gases dissolvidos em óleo isolante para
os transformadores.


Esse tipo de investimento está previsto no projeto de melhorias da prestação do serviço de
transmissão, previsto pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para atender às
condições de regularidade, continuidade, eficiência e segurança. Recentemente o País tem
sofrido problemas com quedas de energia. Em um espaço de dez dias em agosto, foram
registrados três apagões, o que tem gerado apreensão sobre a vulnerabilidade em vários
trechos da extensa rede brasileira.


Pelas regras existentes, as transmissoras respondem pela execução de obras para
substituição dos ativos em fim de vida útil. “O sistema foi projetado para uma época em que
existia um único tipo de oferta e demanda, de forma estável, em um sistema elétrico
unidimensional, sem os eventos climáticos extremos que enfrentamos atualmente”, afirmou
ao Valor o vice-presidente da Siemens Energy para América Latina, André Clark.


Clark destacou que o sistema brasileiro é confiável, mas opera há várias décadas e precisa
de reparos e melhorias. Aliado a isso, com os eventos climáticos de seca e chuvas e a
expansão das energias renováveis intermitentes (eólica e solar) na matriz elétrica, se faz
necessário um esforço de resiliência. “Estamos encontrando novas fronteiras na operação do
sistema, em um ambiente mais inóspito com mais mudança climática, alteração do perfil de
demanda e de oferta”, completou.