Esperada há vários anos, a extensão da Linha 5-Lilás até o Jardim Ângela recebeu a “luz verde” em junho deste ano quando o governo do estado assinou o 3º aditivo contratual da concessão do ramal junto à Via Mobilidade. Assim como no caso da Linha 4-Amarela, a empresa receberá um adiantamento de R$ 35 milhões para elaborar o projeto executivo, o estudo ambiental e o mapa de desapropriações do percurso de 4,3Km, sendo 3,2 km em elevado e 1,1 km subterrâneo, e terá conexão com o terminal de ônibus existente na região.
Embora mudanças possam ocorrer com os novos estudos, o memorial descritivo traz várias informações que fornecem uma ideia geral de como ficará o novo trecho operacional após Capão Redondo.
A demanda atual da Linha 5-Lilás, que liga a Chácara Klabin (Linha 2-Verde do Metrô) ao Capão Redondo, com 17 estações, é de mais de 507 mil passageiros por dia. Com as novas estações, passando para um total de 19, a estimativa é que o número chegue a 650 mil usuários por dia. A linha, que hoje tem 20 km de extensão, passará a ter 24,3 km.
Alternativa 5C
Segundo a CCR, foram pensadas dezenas de alternativas de trajeto e número de estações, alguns deles planejados pelo próprio Metrô. Há dez anos a companhia estadual avaliava opções que incluíam três estações hoje desconsideradas, Parque Santo Dias, São José e M’Boi Mirim. Diante dos planos da Prefeitura de São Paulo de implantar o prolongamento da Avenida Carlos Caldeira Filho entre Capão Redondo e Jardim Ângela, optou-se por aproveitar essa oportunidade para desenhar o traçado mais adequado. No fim foram escolhidos das alternativas, o traçado 3, que corre em paralelo à avenida, e o traçado 5C, que aproveitava o canteiro central para uma via elevada. Ele estabelece um trecho de 3,2 km em via elevada a partir de Capão Redondo e um trecho final em via subterrânea, com extensão aproximada de 1,1 km, onde estará a estação Jardim Ângela e um poço de ventilação posterior.
Estação Comendador Sant’Anna
O projeto arquitetônico da estação Comendador Sant’Anna segue as tipologias das estações do trecho em elevado original da Linha 5-Lilás. A estação ficará próxima à avenida Comendador Sant’ Anna, onde há vários pontos de comércio, serviços e equipamentos públicos. Nesse trecho haverá uma grande área central onde ficará o corpo da estação. Pelos desenhos iniciais, a nova estação elevada terá uma cobertura em arco com plataformas laterais. São esperados cerca de 10 mil passageiros por dia no local.
Estação Jardim Ângela
Subterrânea, a estação Jardim Ângela terá quatro pavimentos entre o acesso e o nível das plataformas, também laterais e com quatro conjuntos de escada de cada lado. A CCR diz ter se baseado no projeto da estação Penha, da Linha 2-Verde, para conhecer o estudo inicial já que são esperados muitos usuários por ser a futura estação terminal do ramal.
A estimativa há três anos era de que 41.500 passageiros frequentarão o local em dias úteis. Não por menos, a estação terá um novo terminal de ônibus localizado na margem oposta da Avenida M’Boi Mirim e que será ligado por uma passarela ao atual terminal da SPTrans.
Projeto executivo deverá ser concluído até agosto de 2025
Em junho, a prefeitura da capital e o governo do estado assinaram um convênio para realizar a implantação conjunta da extensão da Avenida Carlos Caldeira Filho. A administração municipal ficará responsável pela obra com exceção da pista norte, cuja implantação caberá ao Estado e onde ficará a via elevada do metrô.
A extensão da avenida deverá ter um impacto bastante significativo na população que vive no traçado da via. Segundo o memorial descritivo, serão necessários 251 mil m² em desapropriações para implantar o projeto, sendo 164 mil m² para o novo trecho viário e 87 mil m² referentes à extensão metroviária. A ViaMobilidade, por sua vez, deverá entregar o projeto executivo de forma parcelada para que seja possível iniciar a execução das obras da Linha 5 até março de 2025. A data para conclusão do projeto executivo é agosto de 2025, com entrega no máximo até fevereiro de 2026. A gestão atual promete entregar a obra em 2028 e deve elevar a demanda diária para 650 mil passageiros.
“O projeto de extensão da Linha 5-Lilás é importante também porque vai gerar empregos. E é por isso que a gente vai trazer muitos investimentos para São Paulo, para gerar emprego, para fazer a diferença na vida das pessoas”, acrescentou Tarcísio. “Outro dia, fui perguntado sobre a obra mais importante para o governo no estado. A obra mais importante é a que faz a diferença na vida das pessoas. Essa obra é uma obra importante, porque vai ligar o Jardim Ângela e toda a Zona Sul com o resto da cidade, e isso vai melhorar a vida de milhares de pessoas”, afirmou o governador.
Estudo de viabilidade
A concessionária será responsável por realizar os estudos iniciais para a expansão da linha, reduzindo o prazo para a realização do empreendimento e os riscos relacionados à execução das obras. A análise contempla projeto executivo completo e estudos de licenciamento ambiental, de demanda e de utilização de áreas públicas e privadas.
SP nos Trilhos
O projeto de expansão da Linha 5-Lilás faz parte do programa SP nos Trilhos, lançado pelo Governo do Estado de São Paulo, e reúne projetos de transporte de cargas e passageiros por ferrovias, como Trens Intercidades (TIC), veículo leve sobre trilho (VLT), trens urbanos e metrô. Ao todo, os projetos estão estimados em R$ 194 bilhões e mais de 1 mil km de extensão de trilhos.
Histórico
A Linha 5-Lilás do Metrô de São Paulo iniciou suas operações em 2002. A ViaMobilidade assumiu a administração da Linha 5-Lilás no dia 4 de agosto de 2018. Coube ao Governo, por meio da Companhia do Metropolitano (Metrô), implantar a infraestrutura civil da linha, representada pela construção das estações, instalação das portas de plataforma, subestações, pátio de estacionamento e manutenção, entre outras instalações, além dos túneis e sistemas como o de sinalização, telecomunicações e CCO (Centro de Controle Operacional). A aquisição de trens também foi feito pelo governo do Estado de São Paulo.
A partir de 2019: A Linha 5-Lilás foi integrada à Linha 9-Esmeralda da CPTM na Estação Santo Amaro. Outras integrações: A Linha 5-Lilás também permite integração com a Linha 2-Verde do Metrô na Estação Chácara Klabin e com a Linha 1-Azul do Metrô na Estação Santa Cruz.
A média é que nos dias úteis cerca de 566 mil passageiros utilizam esse meio de transporte. Com 20,1 km de extensão, a Linha 5-Lilás tem 17 estações, são elas : Capão Redondo; Campo Limpo; Vila das Belezas; Giovanni Gronchi; Santo Amaro; Largo Treze; Adolfo Pinheiro; Alto da Boa Vista; Borba Gato; Brooklin; Campo Belo; Eucaliptos; Moema; AACD-Servidor; Hospital São Paulo; Santa Cruz; Chácara Klabin.
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