Agrex anunciou investimentos calculados em R$ 700 milhões para expansão de suas operações agrícolas, de insumos e na ampliação da infraestrutura de transporte e armazéns. Esse é o maior aporte de investimentos no País desde que o grupo adquiriu o controle da Los Grobo, em 2013, transformando a Ceagro Los Grobo em Agrex do Brasil.

De acordo com a empresa, será ampliada a estrutura de armazenagem e transbordo. Ela já opera a concessão do Lote 4 do terminal ferroviário de Porto Franco (MA) e o transbordo ferroviário no terminal em Porto Nacional (TO). Os grãos são levados, por ferrovia, até o porto de Itaqui (MA), logística que, segundo a companhia, confere custo competitivo e flexibilidade na movimentação dos produtos agrícolas.

Subsidiária do grupo Mitsubishi no Brasil, a Agrex conta com um modelo integrado composto por cinco unidades de negócios que contemplam todas as etapas da cadeia produtiva de grãos, incluindo fertilizantes, sementes, defensivos, além da produção agrícola propriamente. Além dos recursos aportados em infraestrutura, os investimentos revelados serão usados para novas revendas, ampliação da produção própria de soja e milho e expansão na área de
sementes.

Os planos preveem ainda aquisições de empresas, especialmente no segmento de etanol, e em inovação, como é o caso da Gênica, especializada em insumos biológicos com sede em Piracicaba (SP). Apenas neste ano ela aplicou R$ 68 milhões na companhia, fundada em 2015 pelo engenheiro agrônomo Fernando Reis, com o apoio técnico-científico do professor Carlos Labate, da ESALQ-USP.

Com faturamento de cerca de R$ 5 bilhões anuais, a Agrex do Brasil produz e comercializa soja, milho e sorgo na região conhecida como ‘Matopiba’, confluência entre Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia – onde movimentou 2 milhões de toneladas na safra 2023/2024, entre produção própria e de terceiros –, além de Pará, Goiás e Mato Grosso. Controla a Dimatre, de sementes de soja, e detém 50% da Fertgrow, de fertilizantes.

Globalmente, a Agrex mantém produção no Brasil, nos EUA e na Austrália, sendo que a produção é destinada principalmente para o Japão, China e Cingapura. Segundo Yoshihiro Enosawa, CEO da Agrex do Brasil, o País é o mercado com maior potencial de expansão para a companhia. “Na nossa ambição de longo prazo, o Brasil se torna cada vez mais importante, porque tem alto potencial para ampliar a produção. Austrália e EUA são mais limitados para expandir o plantio de grãos”, afirmou nesta semana ao Valor.