A Eletrobras tem avançado consideravelmente na expansão de seus investimentos, tanto em geração quanto em transmissão. No segmento de geração, a companhia aumentou a capacidade instalada com dois projetos estratégicos de energia eólica que prometem reforçar o fornecimento de energia elétrica renovável do Brasil.

Na Bahia, a usina eólica Casa Nova B está em progresso com 27 MW adicionais de capacidade instalada.  A Usina localiza-se na zona rural do município, em local conhecido como Malvao. Conta com investimentos de cerca de R$120 milhões e segue a estratégia da Eletrobras de investir no aprimoramento do uso de fontes de energia limpa e renovável, com tecnologia moderna e eficiência energética.

A usina possui 18 aerogeradores de 1,5MW cada, totalizando 27MW de potência instalada, em torres de concreto, com altura de 100 metros. Esse é o quarto parque eólico da Eletrobras Chesf a entrar em operação no município de Casa Nova. Além dele, a companhia já conta com o Parque Casa Nova A (de 27MW de capacidade instalada e na mesma máquina que Casa Nova B), Casa Nova II (32,9MW, com 14 aerogeradores de 2,35MW cada) e Casa Nova III (28,2MW, com 14 aerogeradores de 2,35MW cada).

Os investimentos em geração totalizam R$ 483 milhões no primeiro trimestre de 2024, com destaque para Implantação e Ampliação, onde cerca de R$ 279 milhões foram realizados na implantação do Parque Eólico de Coxilha Negra, através da CGT Eletrosul e R$ 2 milhões para a usina eólica de Casa Nova B, realizados pela Chesf.

Com início previsto para entrada em operação comercial no primeiro semestre de 2025, o projeto alcançou o marco de 60% de avanço físico, com destaque para conclusão do transporte, do Porto do Recife para o local de implantação, das pás dos aerogeradores. Também foi iniciada a construção da Rede de Média Tensão em 34,5 kV e a entrada de linha do parque Casa Nova B até a subestação de Casa Nova II.

No sul do país, com uma capacidade prevista de 302,4 MW, o parque eólico Coxilha Negra (RS) está em fase avançada de construção, terá capacidade instalada de 302,4 MW – energia equivalente ao atendimento de 1,5 milhão de consumidores.  Atualmente, já cumpriu 85% do cronograma de avanço físico e iniciou suas operações em testes em fevereiro de 2024. O novo empreendimento contará com 72 aerogeradores, ocupando área total de 8.644 hectares, e integrará três conjuntos de usinas: Coxilha Negra 2, Coxilha Negra 3 e Coxilha Negra 4. O sistema de transmissão associado é composto por dois circuitos de linhas e duas novas subestações coletoras exclusivas, além da ampliação de uma unidade existente.

As obras foram iniciadas em agosto de 2022 e a operação está prevista para 2024. A energia gerada estará disponível no Sistema Interligado Nacional e será comercializada no Ambiente de Contratação Livre, também conhecido como Mercado Livre de Energia.

Estima-se a criação de 1.300 empregos diretos e indiretos, movimentando de forma significativa a economia local. As contratações de profissionais são conduzidas por empresas terceirizadas responsáveis pela execução das obras de construção dos acessos, fundações dos aerogeradores, implantação de redes de média tensão, linhas de transmissão e subestações.

O novo empreendimento de geração eólica da Eletrobras CGT Eletrosul contará com recursos que totalizam mais de R$ 2 bilhões. O contrato entre a Eletrobras CGT Eletrosul e a empresa WEG prevê o fornecimento de 72 aerogeradores de 4,2 MW, fabricados no Brasil. Cada unidade possui 125 metros de altura e rotor de 147 metros de diâmetro, pesando mais de 1.300 toneladas. A parceria inclui os serviços de logística, montagem e comissionamento, além de operação e manutenção dos aerogeradores do Parque Eólico Coxilha Negra.

Para interligar os aerogeradores e escoar a energia gerada, foi construído um sistema de transmissão de uso exclusivo do empreendimento. A infraestrutura é composta por duas linhas de transmissão que interligam duas novas subestações a uma terceira que será ampliada.

O projeto do Parque Eólico Coxilha Negra conta com as licenças ambientais, emitidas pelo Ibama. Em consonância com a construção do empreendimento, está prevista a implementação de diversos programas com ações de responsabilidade ambiental e social. O amplo Plano de Gestão Ambiental prevê diversas iniciativas durante todas as fases da obra, visando garantir os cuidados com o ecossistema, estimulando atividades voltadas à preservação e monitoramento do bioma, mitigação de impactos e educação ambiental para as comunidades locais. Para a viabilização do projeto, foram construídos aproximadamente 100 km de novos acessos, além da revitalização de outros 56 km de estradas.

Para cumprir as exigências do Ibama, relacionadas ao licenciamento ambiental, foram atendidas todas as condicionantes da licença de instalação, bem como executados 25 programas ambientais que totalizam investimento de aproximadamente R$ 9 milhões. Dois projetos sociais de destaque na área de influência são o poço artesiano na Vila Thomaz Albornoz, que garante água de qualidade para 120 habitantes da comunidade e a nova escola que está sendo construída no distrito do Espinilho, na região onde está inserido o Parque Eólico Coxilha Negra.

No tocante aos investimentos em modernizações e grandes manutenções de geração, foram investidos R$ 98 milhões pela empresa, sendo R$ 42 milhões em substituições de equipamentos nas usinas de Paulo Afonso IV e Sobradinho. A Eletronorte investiu R$ 46 milhões, com destaque nas usinas hidrelétrica de Tucuruí e termelétrica de Mauá 3. Furnas, incorporada à Eletrobras em 1º de julho de 2024, investiu R$ 18 milhões em manutenções e modernizações.

Já no segmento de transmissão, a Eletrobras vem expandindo significativamente com a implementação de aproximadamente 250 empreendimentos de grande porte autorizados, com Receita Anual Permitida (RAP) adicional de R$ 1,09 bilhões e investimento na ordem de R$ 7,3 bilhões, incluindo os projetos de Reforços e Melhorias do setor de transmissão de energia elétrica no Brasil. Esses projetos totalizam um acréscimo de aproximadamente 89 km de linhas de transmissão e 3.841 MVA em subestações.

Apenas no primeiro trimestre de 2024, foram investidos R$ 624 milhões em reforços, melhorias e manutenções de grande porte, sendo R$ 188 milhões realizados pelas subsidiárias Eletrobras Chesf, R$ 149 milhões por Eletrobras Furnas (atual Eletrobras Sudeste), R$ 210 milhões pela Eletrobras Eletronorte e R$ 77 milhões pela Eletrobras CGT Eletrosul. Em 2023, a Eletrobras obteve um crescimento de 60% do valor investido em relação ao ano anterior, que totalizam R$ 9 bilhões entre geração, transmissão, infraestrutura e outros.

No segmento de M&A (Fusões e Aquisições), destacam-se os investimentos de R$ 875 milhões em Baguari, R$ 333 milhões para Teles Pires e R$ 222 milhões em Retiro Baixo.

A Eletrobras está realizando o maior investimento da história em reforma, melhoria e modernização do Complexo de Paulo Afonso (usinas I, II, III e IV e Apolonio Sales) e das Usinas de Sobradinho, Xingó e Luiz Gonzaga. São investimentos da ordem de R$2,5 bilhões até 2031, sendo que R$500 milhões já foram desembolsados.

Já estão concluídas, por exemplo, a modernização das pontes rolantes das usinas de Paulo Afonso I, II, III e IV e de Luiz Gonzaga e Xingó, além da unidade geradora 3 de Paulo Afonso IV.

Eletronorte

A Usina Hidrelétrica de Tucuruí, localizada no município homônimo, no estado do Pará, desempenha papel fundamental na matriz energética brasileira. Com uma capacidade instalada superior a 8 GW no Sistema Interligado Nacional (SIN), esta infraestrutura tem estado operacional desde o início da década de 1980.

A Eletrobras está comprometida em realizar o maior investimento já registrado na reforma, melhoria e modernização da Usina. Ao longo dos próximos cinco anos, de 2024 a 2029, serão destinados cerca de R$ 1,25 bilhão a este projeto, abrangendo a modernização do Sistema de Proteção, Controle e Supervisão, reguladores de tensão e de velocidade, servomotores e mecanismo do distribuidor das unidades geradoras, além de Painéis de Comando e Controle das Comportas da Tomada D’água e do Vertedouro, a substituição de transformadores elevadores 13,8/500 kV e 4 módulos de manobras blindados isolados a gás SF6.

Esses investimentos contemplarão também a substituição de trocadores de calor, compressores, recuperação de comporta e sistema de tratamento de água e resfriamento. Além disto, ocorrerá a modernização da Subestação Tucuruí de 500 kV.

Atualmente, está em andamento a substituição completa do estator e reforma do rotor de cinco geradores, contratados num valor de R$230 milhões; o fornecimento de um conjunto de manobra blindado de 550 kV, isolado a gás SF6, no valor de R$ 35 milhões; e a aquisição de dois transformadores de 550 kV, no valor de R$ 55 milhões, para as Casas de Força I e II.

A Eletrobras arrematou quatro lotes no Leilão de Transmissão promovido em março pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). No total, as propostas da companhia totalizaram R$ 590,5 milhões de receita futura contemplando os lotes 1, 3, 5 e 9, que terão investimentos localizados nas regiões Nordeste e Sul. Os investimentos totais da companhia vão totalizar R$ 5,6 bilhões, ou 30,8% do total ofertado.

“A Eletrobras vem numa trajetória de recuperação do investimento e o leilão fala da nossa capacidade de consolidar essa trajetória. Oferecemos propostas baseadas em disciplina financeira, taxa de retorno consistente para nossos acionistas e capacidade de gestão dos nossos custos e parceiros fornecedores. Essa é a nossa estratégia e a forma como vamos crescer e contribuir para a economia do nosso país”, afirma o presidente da empresa, Ivan Monteiro.

“Assim como ocorreu nos leilões de transmissão do ano passado, a Eletrobras participou ativamente do certame, o que confirma nossa disposição para fazer investimentos e sermos protagonistas na transição energética”, acrescenta o vice-presidente de Estratégia e Desenvolvimento de Negócios, Elio Wolff.

 

Lotes arrematados:

Lote 1 – Ceará e Piauí (538 km)

Receita futura: R$ 162,4 milhões

Investimento: R$ 1,76 bilhão

Lote 3 – Ceará (337 km)

Receita futura: R$ 114,5 milhões

Investimento: R$ 983,4 milhões

Lote 5 – Ceará, Bahia, Pernambuco, Alagoas, Pará, Piauí (1.116 km)

Receita futura: R$ 302 milhões

Investimentos: R$ 2,64 bilhões

Lote 9 – Santa Catarina (6 km)

Receita futura: R$ 11,64 milhões

Investimento: R$ 190,4 milhões