Dois dos maiores projetos offshore do Brasil também estão sendo, hoje, desenvolvidos pela Equinor. Os projetos Bacalhau e Raia, que combinados vão gerar cerca de 100 mil empregos diretos e indiretos, possuem previsão de início de operação em 2025 e 2028, respectivamente.
Localizado na Bacia de Santos, o campo de Bacalhau é um ativo de classe mundial na área do pré-sal brasileiro. É o primeiro campo do pré-sal a ser desenvolvido por um operador internacional no Brasil, onde a Equinor utiliza sua competência global e conhecimento local para gerar valor e garantir baixas emissões.
Bacalhau contará com a primeira Unidade Flutuante de Produção, Armazenamento e Transferência (FPSO) no Brasil a usar turbinas a gás de ciclo combinado, o que reduz significativamente as emissões de carbono em cerca de 110 mil toneladas por ano. Isso vai corresponder a aproximadamente três milhões de toneladas ao longo da vida útil do projeto, ou seja, menos 25% de emissões. Quando em operação, a Equinor estima que as emissões de Bacalhau sejam inferiores a 9 kg de CO2 por barril de óleo equivalente produzido.
A decisão final de investimentos para o campo de Bacalhau é de cerca de US$ 8 bilhões, criando cerca de 50 mil empregos diretos e indiretos localmente durante o ciclo de vida útil do projeto. Quando em operação, a capacidade de produção do projeto é de 220 mil barris de óleo por dia na Fase 1. Atualmente, o FPSO está em construção em Singapura e a Equinor está conduzindo a instalação marítima (Surf) e a campanha de perfuração do campo.
O Projeto Raia, por sua vez, que está localizado na Bacia de Campos, conta com capacidade de escoamento de gás natural de cerca de 16 milhões de m³ de gás por dia, o que pode representar 15% da demanda de gás do Brasil. A decisão de investimento no projeto, de US$ 9 bilhões, foi tomada em maio de 2023.
Raia terá o segundo FPSO da Equinor no Brasil utilizando turbinas a gás de ciclo combinado, reduzindo as emissões de carbono durante as operações, contando com intensidade média de CO2 de 6 kg por barril de óleo equivalente quando estiver em operação. O conceito para Raia é baseado em uma inovação que envolve o processamento de gás offshore e o escoamento do mesmo para a costa já especificado para ser comercializado, dispensando a necessidade de uma unidade de processamento.
Sobre esse procedimento, a Equinor explicou à revista O Empreiteiro “que o processamento de ‘gás a bordo’ consiste em especificar o gás que vem do poço para ser comercializado ainda na plataforma, para depois escoá-lo para a costa brasileira. O comum é processar o gás em UPGNs, o que não será necessário nesse projeto, uma vez que será processado no próprio FPSO.
Em março de 2024, a Equinor cortou as primeiras chapas de aço que serão usadas em nosso FPSO no estaleiro BrasFELS, em Angra dos Reis, que entregará três módulos topside do navio-plataforma.
Em Pindamonhangaba, São Paulo, também estão sendo fabricados os tubos para o gasoduto de exportação de gás de Raia. Cerca de 20 mil toneladas de aço já foram entregues para o projeto e uma cadeia de suprimentos majoritariamente local, com mais de 90% do aço está sendo produzido por empresas brasileiras para a produção e revestimento de tubos para o gasoduto de 200 km que conectará o navio-plataforma de recebimento de gás à instalação de recebimento do produto em Cabiúnas, na cidade de Macaé, Rio de Janeiro.
Em julho deste ano, a Equinor, em nome de seus parceiros no projeto Raia, concedeu à Valaris, representada pela Ensco UK Drilling Limited e Ensco do Brasil Petróleo e Gás LTDA, um contrato de perfuração para operações no Brasil. As atividades estão programadas para começar em 2026. O objetivo é perfurar seis poços, com início da produção em 2028. O valor total do contrato é estimado em US$ 498 milhões, que inclui um período de intervalo, mobilização, modificações e serviços integrados.
O projeto terá efeitos positivos na cadeia de suprimentos e no emprego local, criando até 50 mil empregos localmente ao longo de todo o ciclo de vida do projeto. Acelerar a transição energética e garantir um modelo de negócios competitivo e resiliente, em linha com o Acordo de Paris é um dos principais propósitos da companhia.
Perfil da Equinor
A história da Equinor no Brasil começou com Peregrino, um campo que muitos não consideravam possível de ser desenvolvido e onde a empresa estabeleceu uma base sólida para o crescimento no país. Mais de 240 milhões de barris de óleo foram produzidos de maneira segura desde 2011. O campo consiste de um FPSO que conta, por sua vez, com três plataformas fixas (Wellhead Platform – WHP).
A partir do início da Fase 2 do ativo, quando foi adicionado a WHP-C, em outubro de 2022, a vida útil do campo foi extendida até 2040, adicionando de 250 a 300 milhões de barris de óleo. Em Peregrino, atingiu o platô de produção de 110 mil barris de óleo por dia em junho de 2023.
A companhia possui uma perspectiva de longo prazo sobre sua presença no país, com uma estratégia de crescimento em todos os setores de energia. Hoje, a Equinor conta com um portfólio robusto, com ativos em todas as fases, desde a exploração até a produção.
O Brasil é um dos seis países-chave no portfólio internacional da Equinor, juntamente com os Estados Unidos, Reino Unido, Angola, Canadá e Argélia. De 2009 a 2030, com estimativa de investir cerca de US$ 26 bilhões no país.
A transição para uma sociedade de baixo carbono requer um crescimento sólido em energia renovável, por isso, a empresa de energia é comprometida com a criação de valor a longo prazo em um futuro de baixo carbono. A expectativa é que até 2030, ela consiga direcionar mais de 50% dos investimentos brutos para soluções renováveis e de baixo carbono.
A Equinor começou a ativar esse potencial há alguns anos, quando inaugurou o primeiro projeto solar em seu portfólio global, o Complexo de Apodi, no estado do Ceará, com capacidade de 162 MW. Em março de 2024, iniciou as operações em Mendubim, uma instalação de 531 MW, no estado do Rio Grande do Norte. O marco representou um aumento de 30% na capacidade de produção de eletricidade da empresa no Brasil.
Em junho deste ano, a companhia também anunciou sua decisão final de investimento para a execução do complexo solar Serra da Babilônia (Complexo Solar SdB), de 140 MWp. O projeto será desenvolvido no estado da Bahia, dentro da área do Serra da Babilônia I e o complexo de parques eólicos onshore já sendo operado pela Rio Energy, empresa adquirida pela Equinor em 2023 para ser sua plataforma de crescimento no setor de energias renováveis onshore no país. Não há complexos eolicos offshore operados pela Equinor no Brasil.
A Equinor é uma empresa da Noruega e está associada a muitas empresas na exploração dos campos de Bacalhau e Raia, são elas:
Bacalhau: Petrogal, ExxonMobil e PPSA (gestora dos contratos de partilha da União)
Raia: Equinor, Repsol Sinopec e Petrobras
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