Na concessão da Rota do Zebu (trecho mineiro da BR-262), venceu uma novata no segmento rodoviário, a Kinea, que juntamente com a holding Way formaram o consórcio Rotas do Brasil, que apresentou desconto de 15,30% sobre a tarifa básica de pedágio. O leilão do governo federal ocorreu em 31/10, também na B3.
A Rota do Zebu possui 440 km de extensão e atravessa regiões de grande adensamento populacional em Minas Gerais. Ela envolve o trecho da BR-262 entre Uberaba (MG) e Betim (MG), cortando uma região do Triângulo Mineiro conhecida pela forte atividade pecuarista, em particular da raça bovina zebu (por isso o nome escolhido), que utiliza essa estrada para escoar a produção.
Na outra extremidade da estrada fica Betim, município da Região Metropolitana de Belo Horizonte, onde a principal atividade econômica é a indústria – a cidade abriga fábricas e centros logísticos de grande porte. O traçado da concessão também passa por Araxá, no Alto Paranaíba, importante pólo metalúrgico, de mineração e produção de fertilizantes de Minas Gerais. A BR-262 também é muito usada para o escoamento de commodities, parte essencial das exportações brasileiras. Em sua totalidade, a estrada corta o Brasil de forma transversal, estendendo-se de Corumbá (MS) a Vitória (ES).
De acordo com o Ministério dos Transportes (MT), a concessão da BR-262 assegura a aplicação de R$ 8,54 bilhões nos serviço e na capacidade operacional da rodovia pelas próximas três décadas – tempo de duração do contrato a ser firmado com a vencedora do certame. Desse total, R$ 4,4 bilhões correspondem aos investimentos necessários e R$ 4,1 bilhões aos custos operacionais. Para adequação de fluxo, a Rota do Zebu deve passar de 96,6 km para 140,9 km de pista dupla. Ainda estão previstos outros 169 km de faixas adicionais, dos quais 98,56 km serão entre Campos Altos e Uberaba; e outros 3,6 km de vias marginais.
A nova concessionária deverá implantar no trecho um ponto de parada e descanso (PPD) para atender aos caminhoneiros que trafegam na via. Já para o suporte aos demais motoristas, o projeto estabelece a implantação de centro de controle de operações (CCO) e bases do serviço operacional (BSO), com equipes de atendimento médico de emergência e de socorro mecânico.
Segundo o MT, o projeto garante tarifas diferenciadas para pistas dupla e simples, além de desconto de 5% para usuários de dispositivos de pagamento eletrônico e descontos progressivos de acordo com a frequência de uso da rodovia. Estão previstas seis praças de pedágio. Quatro delas já existentes e localizadas nos municípios de Florestal, Luz, Campos Altos e Perdizes. As duas novas praças ficarão nas cidades de Nova Serrana e Araxá.
Estreante no segmento de rodovias, a Kinea, gestora de fundos que integra o grupo Itaú Unibanco, tem negócios de infraestrutura em outros segmentos. Em saneamento, é sócia da Aegea e da Perfin na Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan). Já a Way, que envolve as empresas de construção TCL, Bandeirantes, Senpar e Torc, é acionista, junto com a GLP, de concessões rodoviárias no Mato Grosso do Sul.
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