O projeto de duas parcerias publico-pivadas (PPPs), que englobam a construção de 33 escolas públicas no Estado de São Paulo, deve movimentar R$ 2,1 bilhões em investimentos. Polêmico, pois encontra resistência entre professores e alunos, que veem ingerência externa nas escolas, o projeto teve o primeiro lote leiloado no dia 29/10, na B3. De acordo com o governo de São Paulo, o cronograma do contrato é que as primeiras escolas sejam entregues no primeiro semestre de 2026 e a outra metade, um ano depois.
Arrematado pelo consórcio Novas Escolas Oeste SP, que tem como empresa líder a Engeform Engenharia – que é sócia da Consolare, empresa que administra sete cemitérios na capital paulista – e a Kinea, o primeiro lote compreende a construção de 462 salas de aula para 17.160 estudantes. Por mês, o governo paulista pagará à empresa R$ 11,9 milhões para construir e administrar essas escolas. Ela ofereceu o maior desconto (21,43%) em relação ao valor de referência do leilão, que era de R$ 15,8 milhões mensais.
Após a construção, o consórcio ficará encarregado de criar centros educativos com ambientes integrados, tecnologia, espaços de inovação e de estudo individual. Também será responsável por merenda, internet, segurança, infraestrutura e limpeza das escolas. Já as atividades pedagógicas seguem sob responsabilidade da Secretaria da Educação.
O lote Oeste compreende 17 escolas, que serão erguidas em Araras, Bebedouro, Campinas, Itatiba, Jardinópolis, Lins, Marília, Olímpia, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, Rio Claro, São José do Rio Preto, Sertãozinho e Taquaritinga. O contrato, de 25 anos, prevê cerca de R$ 1 bilhão de investimentos.
O projeto chegou a ser barrado na Justiça de São Paulo um dia depois do leilão. Liminar de suspensão do leilão proposta pelo Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) foi acatada pelo juiz Luis Manuel Fonseca Pires, que também suspendeu o leilão do segundo lote. Mas o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo derrubou a liminar no dia 31/10. Com isso, o resultado do pregão voltou a valer, assim como o leilão do segundo lote de escolas foi autorizado.
Já o segundo lote de PPPs das escolas foi arrematado pelo Consórcio SP + Escolas – composto pela Agrimat Engenharia, CDL, CBI, DP Barros e Astra Infra –, em leilão realizado no dia 4/11, na B3. O lance vencedor ofereceu R$ 11,5 milhões mensais ao longo de 25 anos para a contraprestação prevista de R$ 14,9 milhões, resultando em um desconto de 22,51%. Segundo o governo paulista, o pagamento mensal para o consórcio vencedor começará somente quando as escolas forem entregues.
O lote Leste prevê a construção e zeladoria de 16 escolas, em 16 municípios: Aguaí, Arujá, Atibaia, Campinas, Carapicuíba, Diadema, Guarulhos, Itapetininga, Leme, Limeira, Peruíbe, Salto de Pirapora, São João da Boa Vista, São José dos Campos, Sorocaba e Suzano. No total, serão erguidas 476 salas de aula e 17.680 vagas para estudantes.
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