Trem Intercidades deve iniciar construção em 2026

Trem Intercidades deve iniciar construção em 2026

Trem Intercidades (TIC) – Eixo Norte, que vai ligar a São Paulo a Campinas por linha férrea de média velocidade, deverá ter suas obras iniciadas em 2026. O investimento total no projeto, que inclui também a construção e operação do Trem Intermunicipal (TIM) – uma nova linha entre Jundiaí e Campinas – e a realização de obras de melhorias na Linha 7-Rubi, da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), será de R$ 14,2 bilhões e o prazo de concessão é de 30 anos. A previsão é de que o projeto esteja concluído em 2031.

O trajeto de TIC terá 101 km e oferecerá um serviço expresso entre São Paulo e Campinas, com capacidade para até 860 passageiros por viagem, que terá duração de 64 minutos. O projeto vai contar com três estações – Barra Funda, em São Paulo, passando por Jundiaí, até chegar em Campinas – e visa a melhorar a mobilidade urbana para a população que precisar fazer deslocamento diário entre as duas maiores regiões metropolitanas do Estado. A tarifa média está prevista de R$ 50. No traçado que irá passar o TIC hoje opera uma linha de carga da MRS, que será segregada para que o TIC e o TIM possam trafegar. Uma nova linha de carga será construída em paralelo à de passageiros.

Já o TIM, Trem Intermunicipal, será uma nova linha do tipo parador, para atender passageiros de Jundiaí, Louveira, Vinhedo, Valinhos e Campinas. Terá 44 km de extensão e seu trajeto será feito em 33 minutos, sendo que a tarifa é estimada em R$ 14. A concessão assumida pela TIC Trens envolve também a operação, manutenção e modernização da atual Linha 7 da CPTM, com 57 km, que terá tarifa de R$ 5. Os investimentos no sistema vão gerar de mais de 10 mil empregos diretos, indiretos e induzidos, beneficiando 11 municípios e 15 milhões de pessoas, segundo estudos da Secretaria de Parcerias e Investimentos (SPI) paulista.

TIC Trens é uma empresa do grupo Comporte – holding brasileira formada por empresas de transporte rodoviário e urbano de passageiros, cargas e turismo – e da CRRC, companhia chinesa líder mundial em fabricação e fornecimento de equipamentos e materiais para ferrovias. As duas empresas formaram o Consórcio C2 Mobilidade sobre Trilhos, único a apresentar proposta e que venceu o leilão promovido pelo governo paulista. A oferta de desconto do consórcio na contraprestação foi de 0,01% – o edital previa que o vencedor seria o que oferecesse o maior desconto sobre o valor máximo de contraprestação do governo paulista, de R$ 8,06 bilhões.

 

Velocidade até 140 km/h—a maior do País

As composições que irão circular pelo TIC alcançarão velocidade de até 140 km/h, a maior velocidade obtida por um trem de passageiros atualmente no País. De acordo com a TIC Trens, 15 composições de dez carros cada deverão fazer parte do sistema, totalizando 150 vagões. Os vagões contarão com espaços para bagagem e para bicicletas. Segundo estudos do governo, deverão ser transportadas quase 550 mil pessoas por dia no primeiro ano de operação.

Os trens do TIM serão assemelhados aos utilizados na Linha 7, mas mais modernos e rápidos – a velocidade média gira em torno de 80 km/h. No total, serão utilizadas sete composições de oito carros cada na operação dessa linha. Como a CRRC é a maior fabricante de trens do mundo, é bem provável que ela forneça o material rodante para os trens que irão operar nas concessões da TIC Trens.

TAV na China já atingiu 380 km/h

A CRRC tem origem na Xugezhuang Machinery Works que, em 1881, fabricou a primeira locomotiva a vapor na China chamada de ‘Foguete da China’. Em 1967, fabricou o primeiro trem para metrô. Vinte anos depois, já como Corporação Nacional da Indústria de Locomotivas e Material Rodante da China, tinha 35 fábricas e quatro institutos de pesquisa.

No ano 2000, o grupo se dividiu em duas empresas, CNR e CSR. Em 2006, a CSR colocava no mercado seu primeiro trem de alta velocidade(TAV), que atingia 200 km/h. Quatro anos mais tarde, a velocidade dos trens rápidos já era de 380 km/h. Em 2015, a CNR e a CSR fundiram-se novamente para formar a CRRC Corporation Limited e foram listadas nas bolsas de valores de Xangai e Hong Kong.

 

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