A Corredor Logística e Infraestrutura (CLI), por meio da sua subsidiária CLI Sul, anunciou investimento de R$ 565 milhões para ampliar a capacidade de movimentação de cargas no Porto de Santos em até 2,5 milhões de toneladas por ano. A empresa é um dos 11 operadores de terminais de granéis sólidos vegetais do porto.
De acordo com o gerente executivo de Projetos da CLI, Marcelo Zucon, esse investimento representa um avanço significativo para os negócios da empresa e para o desenvolvimento e aprimoramento das operações portuárias no Brasil, com a adoção de tecnologias sustentáveis e práticas operacionais mais eficientes. “Atualmente, somos o maior terminal de açúcar do mundo, com 42% de participação de mercado em Santos. Com os investimentos, iremos demolir um armazém de sacaria com capacidade de 20 mil toneladas e construir um novo para movimentação de 100 mil toneladas de açúcar a granel”, revela.
Especializada em infraestrutura e logística portuária para o agronegócio, a CLI Sul possui um terminal no Porto de Santos (antigo terminal da Rumo), que é responsável pelo embarque de açúcar, soja e milho produzidos nas regiões Centro-Oeste e Sudeste. “Com o aporte de recursos, o terminal CLI Sul passará por uma renovação completa, deixando-o mais moderno e, consequentemente, mais produtivo na movimentação de açúcar e grãos”, frisa o executivo.
Além do novo armazém, que aumentará em cinco vezes a capacidade de carga do terminal, será construído um novo parque de moegas com quatro pontos de descarga de caminhões e novas esteiras, mais eficientes, que geram menos pó, e nova sede administrativa. As obras vão começar em agosto deste ano e devem ser concluídas até 2028. Mas, segundo Zucon, podem ser finalizadas antes, em 2027. Ele destaca que ainda não estão definidas as empresas que irão executar a obra. “Estamos na fase de tomada de preços”, salienta.
Novos equipamentos também estão previstos para serem incorporados, entre eles, a aquisição de um novo shiploader (equipamento que carrega os navios com grãos e açúcar por meio de esteiras) com maior capacidade, que permitirá à empresa carregar os navios de forma mais rápida, aumentando a competitividade no Porto de Santos.
Com a renovação do terminal, a CLI estima que haja aumento em cerca de 2,5 milhões de toneladas por ano na capacidade de movimentação. Assim, o fluxo de cargas saltará das atuais 15 milhões de toneladas anuais para aproximadamente 18 milhões de toneladas por ano em meados de 2028. “Essa modernização beneficiará toda a cadeia logística, os produtores rurais no interior do País e as exportações brasileiras”, frisa Zucon.
Para a modernização, a empresa assinou aditivo ao contrato de arrendamento com o Ministério de Portos e Aeroportos. Dois dos maiores terminais de granéis sólidos (T16 e T19) de Santos foram adquiridos pela CLI há cerca de um ano meio. O grupo comprou 80% da Elevações Portuárias (EPSA), subsidiária da Rumo que controlava o ativo, por R$ 1,4 bilhão. Em abril, a empresa anunciou a incorporação da EPSA pela CLI Sul.
A CLI se apresenta como “maior operador independente bandeira branca”. No Porto de Santos, embarca açúcar, soja e milho produzidos em São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais. Com a modernização, as cargas prioritárias no Porto de Santos continuarão a ser granel de origem vegetal como açúcar, soja e milho.
Além de Santos, a CLI opera no Porto do Itaqui (MA), sendo um dos quatro operadores do Terminal de Grãos do Maranhão (Tegram) embarcando soja, farelo de soja e milho produzidos no Maranhão, Piauí, Tocantins (Mapito) e nordeste do Mato Grosso. Os fundos IG4 Capital e Macquarie Asset Management Real Assets (MAM) compartilham o controle da CLI, detendo, cada um, 50% das ações da empresa.
Programa de desburocratização portuária
Com o objetivo de desburocratizar e reduzir o tempo de processos de autorização de Terminais de Uso Privado (TUPs), destravando investimentos no setor, o governo federal criou o programa Navegue Simples. A expectativa do Executivo é que sejam injetados R$ 5,4 bilhões em novos projetos de terminais portuários.
O decreto (12.078/2024) que institui o programa foi publicado no dia 26 de junho no Diário Oficial da União. Dentre os principais aspectos do Navegue Simples, estão melhorar a eficiência das políticas públicas de outorgas portuárias e aprimorar a eficiência da gestão, encurtando o tempo para se obter um contrato de autorização, arrendamento ou concessão ou ainda, para realizar um aditivo contratual.
Segundo o governo, isso será materializado em revisões de portarias, instruções normativas e resoluções, além de uma área no site do Ministério de Portos e Aeroportos dedicada ao programa, com todas as informações e painéis acessíveis. Cada ciclo do Navegue Simples vai durar quatro anos e, a cada ano, serão executadas ações de melhoria e inovação.
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