Que os minerais estão presentes em quase todos os materiais que utilizamos no dia a dia, isso já é sabido por todos, mas o pintor Leonardo da Vinci nos reservou uma surpresa. Foi descoberto o uso de um composto mineral muito raro e instável na obra-prima famosa do artista: o quadro Mona Lisa. Uma equipe de especialistas do Centro Nacional de Pesquisa Científica da França (CNRS), com a ajuda do supermicroscópio do ESRF (European Synchrotron Radiation Facility), situado em Grenoble, na França, revelou a presença do plumbonacrite na camada de fundo do quadro de da Vinci, bem como foi encontrado na Última Ceia.
A notícia foi divulgada no jornal Estadão nesta semana, repercutindo os resultados publicados na revista da Sociedade Química Americana. “Ao analisar uma amostra microscópica da camada preparatória de Mona Lisa sob raios X síncrotron, encontramos uma quantidade relativamente alta de plumbonacrite, um carbonato hidratado natural de chumbo, que acreditamos estar presente por causa de uma mistura específica de óleo e óxido de chumbo”, explicou o pesquisador Victor Gonzalez.
O plumbonacrite também foi encontrado em uma série de 17 pequenos fragmentos da Última Ceia de Da Vinci, confirmando o trabalho do artista na preparação de fundos espessos e opacos, tratados com grande quantidade de óxido de chumbo.
Os pesquisadores também examinaram manuscritos do artista em busca de algumas pistas sobre essa técnica incomum de pintura. “Foi incrivelmente difícil porque as palavras usadas por Leonardo da Vinci são muito diferentes da terminologia atual e também por causa das diferenças entre os termos utilizados no mundo da pintura e no campo da química”, admite Marine Cotte, do ESRF.
A equipe achou apenas uma referência a um composto químico no contexto de uma prática farmacêutica, mas os cientistas acreditam que o artista também pode tê-lo usado em pinturas. “Embora se soubesse que os pintores adicionavam óxidos de chumbo aos pigmentos para ajudá-los a secar, a técnica não foi comprovada experimentalmente para pinturas da época de Da Vinci”, diz o artigo publicado na revista da Sociedade Química Americana.
“Na verdade, quando os investigadores pesquisaram os seus escritos, a única evidência que encontraram de plumbo nacrite foi em referência a remédios para pele e cabelo, embora agora se saiba que é bastante tóxico.
Compartilhar
Compartilhar essa página com seus contatos!