Desde que assumiu a Presidência do G20, o grupo que reúne as 19 principais economias do mundo, a União Europeia e, a partir deste ano, também a União Africana, o Brasil terá que cumprir um calendário de atividades composto por mais de 130 eventos, que culminarão na cúpula dos chefes de Estado e de Governo, a ser realizada em novembro de 2024, no Rio de Janeiro. A descentralização das reuniões do G20, que acontecerá em 15 diferentes cidades brasileiras, é realizada por temas e ganhou ênfase nesta semana com diversos encontros.
Nesta quarta e quinta-feira, dias 21 e 22 de fevereiro, está sendo realizada a primeira reunião dos Chanceleres do G20, no Rio de Janeiro. O encontro presencial faz parte da Trilha de Sherpas, liderado pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. Nos dias 28 e 29, São Paulo sediará a reunião ministerial da Trilha de Finanças, sob a coordenação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
O primeiro encontro das Trilhas de Sherpas e de Finanças aconteceu em dezembro, após o país assumir a presidência, em uma reunião conjunta unindo as pautas políticas e financeiras. A Trilha de Sherpas – que em linguagem tibetana significa “povo do leste”, para guiar alpinistas que almejam chegar ao topo do Monte Everest – é comandada por emissários pessoais dos líderes do G20, que supervisionam as negociações, discutem os pontos que formam a agenda da cúpula e coordenam a maior parte do trabalho. O sherpa indicado pelo governo brasileiro é o embaixador Maurício Lyrio, secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty.
Paralelamente, os grupos de trabalho (GT’s) temáticos, também estão realizando seus encontros por videoconferência desde o início de fevereiro. Nesta semana, os grupos de Transições Energéticas e Emprego, se reuniram nos dias 19 e 20, e de Combate à Fome e Pobreza, nesta quarta e quinta-feira, 21 e 22.
Reunião de ministros junto à Assembleia da ONU, em setembro
O embaixador brasileiro e sherpa do G20, Mauricio Lyrio, concedeu uma coletiva de imprensa antes da reunião de Chancelers no Rio, e anunciou que provavelmente deve acontecer uma segunda reunião de ministros das Relações Exteriores do G20, a ser realizada em setembro. Esse encontro “extra”, de forma inédita, acontecerá próximo da Assembleia-Geral da ONU. Segundo o embaixador, a ideia é justamente incluir todos os países participantes da assembleia na reunião do G20, como forma de ampliar cada vez mais as discussões sobre o tema.
A reunião de chanceleres nesta semana, no Rio de Janeiro, é a primeira em nível ministerial do G20. Na próxima semana, nos dias 28 e 29, será a vez da Reunião dos Ministros de Finanças, em São Paulo. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já confirmou presença na capital paulista.
Financiamento para Transição Energética
Nos dia 19 e 20, o Ministério de Minas e Energia (MME), em parceria com o Ministério das Relações Exteriores (MRE), realizou a primeira reunião do Grupo de Trabalho (GT) sobre Transições Energéticas do G20. Durante a reunião, o Brasil apresentou ao GT os três temas prioritários para este ano: aceleração dos esforços de financiamento da transição energética, especialmente em países em desenvolvimento e economias emergentes; promover uma maior consideração da dimensão social da transição energética; e o terceiro, a necessidade de avançar no desenvolvimento de mercados de combustíveis sustentáveis.
As discussões focaram no tema prioritário relacionado ao financiamento da transição energética. As próximas reuniões do GT Transições Energéticas serão presenciais e estão previstas para ocorrer em Brasília (DF), Belo Horizonte (BH) e, Foz do Iguaçu (PR), nos meses de abril, maio e outubro, respectivamente. Também em Foz do Iguaçu, ocorrerá a reunião de ministros de energia do G20.
A programação completa das 130 reuniões do G20 até a cúpula pode ser conferida pelo site: https://www.g20.org/pt-br/calendario