Segundo levantamento da consultoria JLL, os investimentos na construção de data centers no País devem atingir perto de R$ 12 bilhões até o final do próximo ano. Assim, o parque brasileiro deve crescer 40% no período, chegando a 638 megawatts (MW) de capacidade instalada. A previsão é que o segmento cresça quase 70% na América do Sul, puxado pelo Brasil.
Neste ano, o setor deve mobilizar aproximadamente R$ 2,4 bilhões na instalação de novas unidades espalhadas pelo País. Outros R$ 9 bilhões devem ser investidos em 2026. A demanda crescente por processamento de dados e a falta de infraestrutura são as principais razões para esses aportes e envolvem o interesse de empresas brasileiras e do exterior, como Odata, Ascenty, Scala, Tecto e Equinix.
“O que justifica esses investimentos é a digitalização da economia”, afirmou ao Estadão o gerente de Negócios Imobiliários, Logística e Data Center da JLL, Bruno Porto. “São muitas as aplicações que pedem processamento dos dados. E o data center é o local para isso”, completou.
A economia cada vez mais digital inclui desde serviços como streaming de vídeo e armazenamento de arquivos na nuvem, até aplicações complexas de conexão entre máquinas na indústria e no agronegócio. A inteligência artificial generativa, que é capaz de criar novos conteúdos, como texto, imagens, áudios, vídeos etc., contribui para o crescimento da demanda por ‘espaço’ na nuvem.
De acordo com a JLL, o setor de data centers na América do Sul deve crescer 68% nos próximos anos, considerando a demanda crescente por novos serviços e a infraestrutura defasada do continente em relação a outras partes do mundo, como Europa, EUA e Ásia.
Na região, os países que estão atraindo investimentos são especialmente Brasil, Chile e Colômbia, que já possuem um estoque de 972 MW em data centers operando, sendo que existem 660 MW em construção no continente, o que explica a projeção robusta de crescimento para os próximos anos.
Brasil lidera essa crescente demanda por serviços na nuvem e a conseqüente pressão para expandir a capacidade instalada. Conforme o estudo da JLL, há 2.311 MW planejados para integrar o estoque sul-americano. Sozinho, o Brasil concentra 1.659 MW desses projetos, com 186 MW já em andamento.
A abundância de energia renovável torna o País um local estratégico para instalação de data centers, grandes consumidores de eletricidade. A expectativa é que o Brasil atraia 75% do volume de investimentos no setor. Rio de Janeiro, Brasília, Porto Alegre e Fortaleza, além de Campinas e Barueri, em São Paulo, estão entre os principais destinos desses aportes.