Nova Imigrantes completa 20 anos na Baixada Santista

Compreendendo seis trechos da Rodovia Imigrantes, a “caçula” do Sistema Anchieta-Imigrantes (SAI) é também considerada uma referência e um dos mais complexos projetos de engenharia rodoviária da América do Sul. A obra, que impulsionou o turismo e o desenvolvimento da Baixada Santista, completou 20 anos em dezembro de 2022.

 A concessionária Ecovias, do Grupo Ecorodovias é responsável, desde 1998, pela exploração e manutenção do sistema rodoviário de 176,8 km de extensão e pela prestação de serviços aos cerca de 40 milhões de veículos que circulam anualmente pelo SAI. A “Nova Imigrantes”, segunda pista da Rodovia Imigrantes, contém 21 km de extensão e vencendo um desnível de 730 m na Serra do Mar.

A pista é caracterizada pelos longos túneis, sendo três ao todo, totalizando 8.230 m. O primeiro, o mais longo, com 3.146 m, é considerado o maior túnel rodoviário do País. Segundo a Ecovias, para a construção dos túneis, foram usados quatro jumbos trazidos da Suécia, para a perfuração do maciço.

Atrás deles, cada vez que as escavações avançavam, era colocada estrutura metálica nas paredes e teto, e depois o concreto era aplicado por robôs para estabilizar o maciço. Aparelhos topográficos de raios laser também foram usados para a leitura de coordenadas específicas, dando o máximo de precisão no processo de perfuração. Os túneis possuem jatos ventiladores, sensores de gás carbônico, detectores de calor e medição do vento.

Além de câmeras inteligentes com detecção automática de incidentes, e estações meteorológicas (com pluviômetros e visibilímetros) espalhados pela via. Os investimentos resultaram no aumento da capacidade de tráfego no Sistema Anchieta-Imigrantes (SAI) de 8 mil veículos/ hora para 14 mil veículos/hora. Ao todo, desde a sua construção, mais de 205 milhões de veículos de passeio já passaram pela rodovia.

MENOR IMPACTO AMBIENTAL

A Nova Imigrantes foi considerada modelo de gestão ambiental por técnicos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). A rodovia possui nove viadutos, sustentados por um número bem menor de pilares que seu projeto original.

Foi aumentada a distância entre os pilares de 45 para 90 m, o que contribuiu para a redução do impacto ambiental das obras. A construção da segunda pista da Imigrantes desmatou quarenta vezes menos que a primeira (ascendente), inaugurada em 1976.

 Para isso, homens, equipamentos e materiais eram transportados por guindaste até o local das obras, para que o mínimo da vegetação nativa fosse afetado. Além disso, também para evitar desmatamento, foram usados como canteiro de obras e área de serviço os mesmos espaços já utilizados anos atrás no tempo da construção da primeira pista.

 Na construção dos viadutos do trecho de serra, foi usada a técnica do “balanço sucessivo”, que permite que o viaduto avance a partir dos próprios pilares, sem precisar de escoramento apoiado no solo. Quatro estações de tratamento de água foram construídas, e toda a água contaminada durante a escavação dos túneis foi devolvida limpa. Devido às iniciativas em proteção ao Parque Estadual da Serra do Mar e reserva da Mata Atlântica, áreas em que a pista foi construída, a Ecovias conquistou a ISO 14001, referente a preservação do meio ambiente, se tornando assim a primeira concessionária de rodovias do mundo a ter esta certificação.

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